13 de maio de 2011

Economia, só a sustentável

Com discursos, uns vazios e outros cheios, discussões e xingamentos, o Congresso Nacional demora a chegar a um acordo que viabilize o novo Código Florestal. Quando os interesses são irreconciliáveis a disputa no voto resolve o impasse. Mas um governo federal avesso aos princípios democráticos mais elementares não aceita esse preceito. Tenta impor seus pontos-de-vista, suas vontades, a qualquer custo.
O Brasil tem a maior diversidades florestal e animal do mundo. Da mesma forma, sua agricultura e pecuária são de interesse vital. Não apenas econômico, desse conceito mais imediatista, mas principalmente porque pode nos levar a ser o celeiro do mundo, além de tornar viável que todos os brasileiros se alimentem convenientemente.
Qual é o impasse?
Os ruralistas querem fazer agricultura e pecuária sem regulamentação legal. Alegam que nos demais países essas atividades podem ocupar todas as terras privadas. Os ambientalistas querem proteger os topos dos morros, suas encostas e as matas ciliares (foto). Essas matas são aquelas que correm à margem dos rios, protegendo-os e impedindo que eles sofram assoreamento, se degradem e até mesmo morram. Se morreram, morrem a agricultura e a pecuária. Vai restar apenas terra infértil.
É vital que ao menos as matas ciliares sejam preservadas. Elas não protegem só o campo. Fazem isso também nas cidades, pois a água que bebem os moradores dos centros urbanos vem de rios. E esse abastecem represas.
A defesa da não regulamentação das terras dos pequenos proprietários diz, na ótica do "comunista" Aldo Rebelo, que se todos os riachos forem protegidos nas propriedades pequenas, o dono da terra passará fome. Restará pouco espaço para ele plantar. Mas se não forem protegidos esses pequenos cursos d'água agonizarão até morrer. E sem água essas pessoas também não vão sobreviver.
Uma verdade incontestável emerge dessa discussão: sem economia sustentável país nenhum sobrevive ou se desenvolve de modo a dar segurança a todo o seu povo. Defender o inverso é impossível. E a esmagadora maioria dos ruralistas só vê cifrão diante dos olhos.
Seria importante que os defensores do desmatamento de encostas e topos de morros morassem lá. Nessas encostas. Até o dia de uma grande tempestade, daquelas que atingiram a região serra do Rio de Janeiro no início desse ano. É sempre didático ver o que é bom para a tosse.

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