4 de maio de 2011

Mocinhos e bandidos



Tropas de elite da auto-denominada "maior democracia do mundo" invadiram o espaço aéreo de um país, no caso o Paquistão, desembarcaram em uma casa cercada por muros altos e arame farpado e mataram a tiros algumas pessoas. Uma delas, o líder da Al-Qaeda, Osama Bin Laden, o inimigo público número 1 de um grande número de países, inclusive da "maior democracia do mundo".
Não se discute aqui o fato de que Bin Laden era um fanático capaz de cometer insanidades. Isso está fora de questão. Não se discute aqui o fato de os norte-americanos o odiarem. Tinham motivos de sobra para isso. Mas ao Império não cabe executar sentenças que não foram proferidas.
Um homem desarmado pode ser facilmente dominado. Pode ser levado aos Estados Unidos, julgado e executado lá. Legalmente. Matar pura e simplesmente é passar por cima das leis, é desconhecer a existência de organismos internacionais como o Tribunal de Haia, encarregados de julgar criminosos, sejam de guerra, sejam de outra espécie. Há suspeitas de que Bin Laden foi pego vivo, identificado e então simplesmente executado com um tiro na testa e outro no peito.
Esse rosto deformado da foto seria de Osama Bin-Laden. Já foi levantada a hipótese de ser uma simples montagem. Uma foto-farsa. Seria? É possível. Talvez sim, talvez não. Afinal, a morte de Bin Laden já foi admitida pela Al Qaeda, oficialmente.
Saindo um pouco do assunto para traçar um paralelo, em 1962 foi executado em Israel Adolf Eichmann. Ela era o ideólogo da "solução final para o caso judeu". O nazista que arquitetou grande parte dos campos de extermínio humano entre 1939 e 1945. O serviço secreto de Israel o localizou na periferia de Buenos Aires. Vários agentes foram para lá, o sequestraram num episódio cinematográfico e o levaram para aquele país onde ele foi julgado com amplo direito de defesa, condenado à morte e executado na forca. Seu corpo foi imediatamente cremado, as cinzas foram colocadas em um balde e depois levadas ao mar numa embarcação que saiu de águas territoriais israelenses antes de jogar tudo fora. O balde foi lavado antes de a embarcação retornar. O criminoso de guerra poderia ter sido assassinado. Era fácil, pois ele morava isolado. Mas optou-se pela solução legal. E todo o ódio contido se liberou no momento em que aquelas cinzas foram jogadas ao mar, contidas em um miserável balde.
Agora, no caso de Bin Laden, o mais importante: como quatro helicópteros dos Estados Unidos chegaram à casa onde vivia o procurado, deles saltaram soldados - cerca de 70 - e houve uma saraivada de tiros e explosões de granadas durante 40 minutos, tudo acontecendo ao lado de unidades militares paquistanesas e ninguém, ninguém mesmo, saiu para ver o que estava acontecendo? É possível isso? Estava todo mundo surdo? Os militares dos quarteis conseguiram não ver nem ouvir nada? Ou estavam instruídos a não intervir? Ou sabiam do que se passava?
Não, não é possível. Essas respostas ainda vão ser dadas.
Embora hoje não esteja mais na moda, na época da minha infância a gente via muitos filmes de bang-bang. Os famosos westerns. E a diferença entre mocinhos e bandidos naquelas fitas era que os primeiros tinham apreço às leis e os segundos, não. Por isso estes últimos geralmente terminavam condenados e às vezes eram enforcados. Mas passavam por julgamentos civis, mesmo toscos, mesmo parciais.
Não havia Guantâmano naquela época.

Um comentário:

andreibarça disse...

muito bom seu blog,parabéns estou seguindo seu blog,por favor segue o meu?
http://ibopeetv.blogspot.com/