15 de setembro de 2011

A crise como única saída


Uma das comentaristas políticas brasileiras perguntou, a propósito da substituição de ministros no Ministério do Turismo, quando a presidente Dilma Roussef trocou seis por meia dúzia, de onde vem o poder do presidente do Senado, José Sarney. Se ele, para ter tanta influência sobre essa República de Bananas, saberia alguma coisa sobre o ex-presidente Lula.
Talvez seja também por aí. Mas não somente. A Constituição Brasileira, feita pela classe política, confere a ela um poder imenso. A rigor, o Poder Legislativo poderia exercer à plenitude seus direitos constitucionais, legislando com eficiência e fiscalizando o Executivo, de modo a ser um dos esteios da República. Mas não. Constituído de fisiologistas, despreparados, aproveitadores, canalhas, criminosos de todos os matizes e minoria insignificante de membros dignos, ele faz de suas funções um balcão de negócios. E trata a coisa pública como a churrasqueira do quintal de casa.
Isso acontece em todos os níveis. Como já disse nesse Blog, no Espírito Santo os senhores deputados convencionaram que seus cabos eleitorais seriam premiados com cargos comissionados públicos. Ou na Assembleia Legislativa ou nos inúmeros setores do Executivo. Dessa forma, os eleitos poderiam contratar quantas pessoas desejassem para auxiliá-los em suas campanhas. Ao final delas, o prêmio para eles caso elegessem seus contratadores seria pago com dinheiro público. Durante quatro anos!
Isso não vai mudar caso continue na alçada pura e simples dos políticos. Tenho em mente, e não é de hoje, que esse país somente terá uma estrutura executiva, legislativa e judiciária digna no dia em que um governante chegar ao Palácio do Planalto decidido a mudar. Mesmo que seja à custa da maior crise constitucional que já vivemos em todos os tempos.
A população, devidamente informada, estará ao lado dele. Infelizmente não há outra saída.

Nenhum comentário: