13 de setembro de 2011

A vitória dos caciques decadentes


Para quem não é do Espírito Santo, esse texto vai com explicações. Na cidade de Vila Velha, região metropolitana da Grande Vitória e segunda mais importante do Estado logo depois da Capital, um político de nome Max de Freitas Mauro Filho, o Max Filho, pretendeu deixar o PDT, seu partido atual, e ir para o PSB, partido do governador Renato Casagrande e coligado ao Governo Federal, para se candidatar novamente a prefeito municipal. Se fizesse isso, colocaria em dificuldades velhos caciques políticos decadentes do Estado e de Vila Velha, todos com pretensões à dita prefeitura.
Foi o bastante para um grande movimento nascido na Assembleia Legislativa se erguer contra a troca de partido. Políticos do DEM - principalmente -, do PSB, do PMDB, de outros partidos e até mesmo do PPS, insurgiram-se. Vendo torpedeadas suas pretensões políticas ameaçaram até mesmo paralisar votações de temas de interesse do Governo do Estado e da população capixaba caso o ingresso de Max Filho no PSB não fosse obstaculado.
O impasse durou quase duas semanas. Finalmente, na tarde de segunda-feira (12/09), foi anunciado que o diretório estadual do PSB havia recusado a filiação do político. Incompatibilidades e divergências explicaram a negativa, amparada nos estatutos partidários. Em nome da governabilidade - leia-se, da continuidade na vida política de caciques decadentes - uma agressão à democracia foi praticada.
Sim, porque a democracia pressupõe o confronto de ideias. E embora os partidos devam ser sempre maiores que seus membros, no Brasil a legislação permite que os políticos escolham novas legendas, de acordo com seus interesses, dentro das "janelas" legais.
O interesse pessoal, corporativo, inconfessável ou de outros matizes, continua a ditar os caminhos da política brasileira, seja no âmbito municipal, seja no estadual, seja no federal.

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