3 de fevereiro de 2012

Eliana, a Corregedora. O exemplo

Ao comentar a decisão do Supremo Tribunal Federal, de manter as prerrogativas do Conselho Nacional de Justiça, a ministra Eliana Calmon, Corregedora-Nacional de Justiça, que atua na segunda corte, emocionou-se. Disse que precisa dormir, coisa que não consegue faz três meses. Também, pudera, deve estar incomodada com o vespeiro que despertou ao referir-se aos "bandidos de toga" da classe à qual pertence. Não era para tanto. Há bandidos no jornalismo, minha profissão, bem como em todos os outros. A diferença é que eles não aposentados com vencimentos proporcionais ao tempo de serviço quando são pegos. acabam indo para a cadeia mesmo. E depois - ou antes - são demitidos por justa causa dos empregos que tinham.
A Corregedora-Nacional de Justiça do CNJ é valente.  Despertou contra ela a ira de mais de uma instituição nacional representativa do Judiciário, e isso é preocupante. Por que essa raiva toda partida daqueles que se dizem paladinos da ética e da honra? Seria mais justo e defensável deixar os desonrados à própria sorte. De preferência, ainda premiados com um texto legal que reforme a legislação vigente e transforme a aposentadoria proporcional ao tempo de malandragem por uma exoneração a bem do serviço público. Sem direito a nada. Rigorosamente coisa alguma.
A ministra Eliana Calmon é uma figura extrememente necessária. Elianas deveriam existir em grande número, com avatares espalhados pelas mais diversas cortes de Justiça do Brasil. E de outros países também. Deveriam pregar sua valentia cívica em todos os lugares, em todas as horas e em todas as circunstâncias. Talvez isso nos evitasse de ver cenas que constrangem. Como aconteceu no Espírito Santo, onde testemunhamos pela TV a três desembargadores, um deles presidente do Tribunal de Justiça, chegarem ao aeroporto presos, junto com auxiliares menores, acusados de, dentre outras coisas, vender sentenças.
Insisto: a ministra Eliana Calmon é necessária. Porque é um exemplo a ser seguido.      

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