2 de junho de 2012

O escândalo Lula

É pelo menos escandaloso o entrevero entre o ex-presidente Lula e o ministro do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes. O segundo acusa o primeiro de ter tentado interferir no julgamento do Mensalão. O primeiro nega. Mas se as vidas públicas de ambos forem avaliadas, chega-se à conclusão de que Mendes deve mesmo ter sido vítima de uma tentativa de coação.
É acreditável e inaceitável que um ex-presidente se comporte como Lula. Ele vive em Brasília, se mete no Palácio do Planalto, almoça e dá conselhos à presidente como o criador dono da criatura, faz reuniões com ministros, interfere em assuntos de Estado, manda recados a políticos e convoca um ministro do STF para reunião de  conversas pouco claras ou inconfessáveis. Reunião à qual, por sinal, Gilmar Mendes não deveria ter ido. Fica também em posição delicada o ex-ministro (de Estado e do STF), Nelson Jobim. Afinal, ele foi o "mediador" desse triste episódio do atual mundo político brasileiro.
Os oito anos de Lula à frente da presidência todo mundo conhece. Seu hábito de mentir de maneira contumaz, também. Sua forma de interferir no Poder Legislativo, fazendo conchavos espúrios, idem. E agora sabe-se que, igualmente, reserva-se o direito de pedir à mais elevada corte de Justiça do País para não julgar um processo no qual "companheiros" são acusados de, dentre outras coisas, subornar corruptos. Esse fato ele nega, reiteradamente, mesmo diante de provas irrefutáveis. Mesmo contra todas as evidências, como se elas não existissem. 
Um dia, não sei quando mas será um dia, o Brasil acordará e fará o verdadeiro perfil desse ex-presidente. De Lula. E se descobrirá envergonhado por ter dado ao "operário" que chegou ao Planalto o status político que ele ostenta hoje e que o diverte e encoraja. Concluirá que esse crítico das "elites" é homem um homem rico graças aos incautos. Graças aos pobres, aproveitadores ou incultos.
Avaliará também que um escândalo como o atual é totalmente inadmissível numa democracia representativa, onde cada Poder tem uma missão constitucional específica. E não pode nem deve invadir o espaço dos outros, em nome da decência. Em nome dos valores republicanos!

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