28 de junho de 2013

Dia e noite. Dia após dia. Noite após noite.

No Congresso das mordomias, discute-se como fazer para que aumentem
Ontem dissemos que para começar a reformar o Brasil deveríamos ir primeiro pela Copa do Mundo. Auditar com seriedade a pirâmide de gastos vai permitir determinar com exatidão como se rouba no Brasil em obras públicas. A partir daí, vai ser possível chegar às ferrovias, rodovias, escolas, hospitais, quaisquer outros gastos com dinheiro público, inclusive o PAC, essa podre fachada de ajuda aos mais sofridos.
Mas não se pode parar por aí. O Brasil é um horror em termos de injustiças sociais. Aqui uma Índia convive com uma Bélgica num sistema de aposentadorias onde os inativos do setor público chegam a ganhar fortunas contra migalhas do setor privado. Mudar isso é difícil, mas precisa ser feito. Com urgência. Afinal, os estômagos de todos têm as mesmas necessidades. Biologicamente somos iguais.
Pode-se argumentar que não há dinheiro. Que o Brasil tem um déficit estrutural impossível de ser corrigido em menos de uma década. Mentira. Todos os anos o setor público incha de forma descarada o chamado
"Custo Brasil" para aumentar mordomias e corromper por intermédio de compra de apoios.
Temos 39 ministérios. Num deles, o da pesca, o ministro entrou dizendo que não sabia colocar um anzol na linha. Mas isso é passado. Hoje ele já consegue criar tilápias em larga escala em sua propriedade particular. Foi feito ministro para que o Governo pudesse contar com o apoio de seu partido político que, como outros, é ligado a seitas evangélicas criadas para tirar dinheiro dos incrédulos. Em outro ministério, o da pequena e média empresa, o ministro é, ao mesmo tempo, vice-governador de São Paulo. De vez em quando precisa renunciar para tomar conta  do governo quando o governador viaja.
Num país sério tudo isso seria proibido. Num Estado onde a dignidade no trato com a coisa pública fosse norma, o(a) presidente da República sofreria impeachment. E os desmandos não param por aí. As mordomias dos membros do Legislativo, Executivo e Judiciário desafiam o bom senso. E só fazem aumentar. Juiz ganha auxílio refeição. Empregado de salário mínimo, não. Todos os que exercem cargos de importância superior ou média em qualquer um dos três poderes tem carro e motorista à disposição. Pagos com nosso dinheiro. E ainda várias outras verbas além de legiões de assessores e outros tipos de auxiliares.
É contra tudo isso que se deve lutar. Dia e noite. Dia após dia. Noite após noite. E denunciando para que essa orgia seja conhecida em todo mundo. Corrupção existe em qualquer lugar, mas corrupção como a brasileira, endêmica, só mesmo aqui ou em algumas repúblicas ou monarquias de um dono só.
Vamos lutar, minha gente, que a luta só está começando.
Mas sem vandalismo, sem destruir patrimônio público ou privado, pois o novo Brasil deve ser erguido a partir deste, feito por nós. E não por sobre os seus escombros.
Por fim, filtrem os discursos vindos de Brasília, sobretudo os do Palácio do Planalto ou de partidos políticos que usam horário gratuito de TV. Por trás de todos eles está apenas e tão somente a vã tentativa, que um dia vai ser desesperada, de manter as coisas pelo menos em parte como estão agora. São sofismas e nada mais.
Lutem contra eles também. Dia e noite. Dia após dia. Noite após noite.      

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