12 de maio de 2021

O estado terrorista


Foi em 19 e 20 de setembro de 1982. Mais de mil refugiados palestinos e civis libaneses foram massacrados por hordas de milicianos maronitas comandados por Elie Hobeika como retaliação pelo assassinato do presidente e líder falangista Bachir Gemayel. O fato aconteceu no Líbano nas localidades de Sabra e Chatila. Como isso foi possível? Ocorreu porque o exército de Israel cercou os dois aglomerados e não permitiu que ninguém entrasse lá para prestar socorro à população até que a matança terminasse. Os massacrados eram considerados responsáveis pela morte de Gemayel. Era a vingança!

Por que lembrar isso hoje e ainda ilustrar esse artigo com uma foto da carnificina? Por que agora, quase 38 anos depois Israel volta a promover ataques e massacres contra a população palestina. E nesse momento sem disfarces: o primeiro ministro do estado judeu, o extremista de direita Benjamin Netanyahu diz claramente que considera Jerusalém capital indivisível de seu país, o que na prática expulsa os palestinos de lá e os deixa sem lugar para sobreviver, sem Estado e sem nacionalidade.

Israel jamais teve a intenção de reconhecer os direitos palestinos sobre suas terras de origem. Apoiados nos princípios do sionismo, consideram-se donos de toda a região por direito divino. E se antes ainda eram feitos acordos de paz e discursos de reconhecimento da necessidade de haver dois países na região, hoje isso foi abandonado. Não há mais disfarces. Israel quer a guerra. Israel prefere a guerra principalmente porque tem forças armadas poderosas e armas nucleares que o mundo finge não ver.

É estranho, mas a maior força que o estado judeu usa para levar adiante seu projeto genocida vem do apoio que clérigos ultra ortodoxos que não admitem negociar nada. São extremistas de direita, personagens com ideias de superioridade racial e direitos divinos sobre parcela do mundo, o que os aproxima muito do nazi-fascismo. Como pode isso, se em passado recente eles foram massacrados durante a segunda guerra mundial pela mesma ideologia que adotam hoje? Difícil entender...

Mas é preciso admitir que a cultura ocidental, sobretudo dos Estados Unidos, pouco ou nada vai fazer para que se cumpram as resoluções da ONU, levando Justiça àquela região do mundo. Tomo por base a essa afirmação o que se ouve e vê nos noticiários jornalísticos do dia a dia. Os atos de violência palestinos são todos de "terroristas". Os de Israel, de "radicais".

Dias piores virão! Israel é um estado terrorista!                        

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