1 de fevereiro de 2022

As lições de Portugal


Eleições são lições e aprende com elas quem tem um mínimo de inteligência. Hoje, passados dois dias do pleito que deu o poder de governar ao Partido Socialista em Portugal, o Partido Comunista Português (PCP) e o Bloco de Esquerda (BE) amargam uma derrota impensável e que abriu caminho para dois nanicos fascistas terem mais cadeiras no Legislativo: Chega e Iniciativa Liberal.

É fácil explicar o que houve. Havia em Portugal, no comando político do país, uma união de siglas à qual se deu o nome de geringonça e que era capitaneada pelo Partido Socialista de António Costa. Coisa dos portugueses. Os demais partidos de esquerda formavam essa coalisão e não aceitaram o projeto de orçamento que o PS levou à votação. Como não houve acordo, o governo caiu porque é assim que as coisas funcionam no Parlamentarismo. Ou seja: PCP e BE derrubaram seu próprio governo.

Como foi necessário antecipar as eleições legislativas em dois anos, o eleitor de Portugal deixou seu recado: ele apoia o projeto socialista e ficou revoltado com o fato de as duas siglas de inspiração comunista não o terem aceito e, em função disso, provocado a queda de todo o projeto. António Costa (no cartaz da foto) volta a comandar o país e agora não precisa de geringonça nenhuma como muleta. Além do mais a pouca inteligência e o nenhum jogo de cintura das agremiações comunistas colocou a extrema direita no governo. Eles ainda não representam quase nada, mas já terão capacidade de gritar a plenos pulmões, o que sabem fazer muito bem.

Aqui no Brasil teremos eleições em outubro. Ou a esquerda se une e enfrenta o bolsonarismo sem radicalismos, com acordos claros, ou correrá o risco de ressuscitar um morto político. Foi a carrada de erros e roubos cometidos pelo PT e seus aliados ao longo dos governos de Lula e Dilma Roussef o que propiciou a chegada ao poder de Jair Bolsonaro, as rachadinhas, as milicias et caterva. Estamos vendo no que nos metemos dia após dia, mês após mês nos últimos três anos. Agora até mesmo cenas de chiqueiro os brasileiros têm que assistir enquanto um presidente que já gastou R$ 30 milhões em cartões corporativos tenta se mostrar "um homem do povo" com galinha frita e farofa sendo comidas com as mãos.

Mirem-se no exemplo de Portugal. Tenham inteligência. Chega de fascismo tupiniquim.    

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