26 de março de 2022

As vítimas de sempre


É inquestionável que a invasão da Rússia à Ucrânia representa um crime, sobretudo e principalmente contra as vítimas de sempre em todas a guerras: os civis, as crianças, aqueles que nada têm a ver com a decisão de um país atacar o outro e que, mesmo assim, pagam a maior parte do preço das agressões. São dantescas as imagens de crianças chorando desesperadas. São horrorosas as de civis adultos ou idosos tendo que largar suas casas para correrem a estados estrangeiros sem saber sequer se um dia poderão voltar a seu país, seus lares, suas cidades, seus trabalhos, seu sossego.

Mas é preciso pensar mais adiante: não existem vestais na ONU e não é possível encontrar virgens políticas na OTAN. Mais: desde a dissolução da União Soviética e o fim da guerra fria não há mais razão para que a Organização do Tratado do Atlântico Norte exista, a não ser se agora ela serve para expandir suas fronteiras em direção ao Leste, comprimindo a Rússia e a cada dia mais chegando próxima da China. Essa, por sinal, é o alvo maior: os Estados Unidos não querem permitir que os chineses tenham a maior economia do mundo, em condições de tirar-lhe o posto de donos do planeta.

Discutir aqui se a Rússia pode justificar seu ataque à Ucrânia não é o mais importante. Ela é o agressor. O governo daquele país não aceitou o avanço da OTAN em direção a ele e o fato de aos poucos os agora 30 estados da organização ocidental estarem colocando mísseis apontados para Moscou. Pior porque os Estado Unidos vestem sempre seus presidentes de estrelas de xerife para curvar o mundo à sua vontade, como acontece hoje com esse Joe Byden da foto acima.

Por trás da decisão norte-americana de usar os aliados europeus para abrir uma guerra comercial contra os russos e ameaçar outra contra os chineses se eles não ficarem "do lado certo" existe um imenso interesse comercial militar que representa bilhões de dólares em armas e munições que a indústria bélica dos EUA precisa negociar para tocar sua economia em muitos pontos baseada nisso. As vítimas de sempre, pelo fato de serem de sempre, pagam a conta por não saírem da frente.                

3 comentários:

disse...

Meu amigo Álvaro. Nada justifica tanta barbaridade contra os civis, que também “pagam o pato”, sem terem “nada a ver com o peixe”.
Desculpe-me pelas netáforas banais.
Grande abraço

Unknown disse...

Excelente

Unknown disse...

Dissebtudo..Excelente.