16 de março de 2022

Ensaio para o Armagedom


Durante a Guerra dos Cem Anos, mais precisamente na Batalha de Azincourt, em 1415, o arco longo inglês (foto) foi decisivo. Confeccionado em madeira de teixo, tendo quase dois metros de comprimento, era capaz de enviar flechas com uma velocidade imensa. Elas penetravam a armadura dos inimigos ou então seu escudo, matando-os. Que arma terrivel! Os franceses provaram dessa cicuta!

Na idade média ou antes dela os guerreiros tinham que ser muito fortes e bem treinados. Só isso. Podiam ser analfabetos - e geralmente eram -, o que  não fazia a menor diferença no campo de batalha. Eles aprendiam a usar o arco e flecha, a espada, a maça e outros instrumentos de combate a pé, a cavalo ou usando demais meios de locomoção. Milhares morriam, pois as guerras jamais pouparam ninguém. Principalmente aqueles que nada tinham a ver com os motivos desses morticínios.

Hoje o combatente do século XXI é um homem muito bem preparado, culto, inteligente. Pilotar um avião moderno de combate exige preparação que quase equivale a curso superior. As máquinas são a última palavra em tecnologia. Então, quando a gente vê exércitos indo para as batalhas, sobretudo em aviões modernos de combate, navios e outros equipamentos de ponta, isso equivale e dizer que estamos enviando para morrer parte do melhor de nossas juventudes.

E eles vão para guerras estranhas à sua vontade, ao seu desejo, para matar outras pessoas e morrer em combate sem glória alguma. Sim, não há glória. As imagens da guerra da Rússia contra a Ucrânia mostram essa verdade. Milhares de civis estão sendo imolados; outros, fugindo. As fotos e filmagens são dantescas. Uma delas mostrou cadáveres de soldados russos insepultos, deixados para trás enquanto tropas avançavam para um lado e civis tentavam sobreviver correndo para o outro.

Mas o pior dessa guerra é que os dois lados admitem estarmos às vésperas da III Guerra Mundial. Se isso for verdade ninguém vai comemorar a vitória porque somente russos e norte-americanos têm poder de fogo atômico suficiente para destruir o mundo diversas vezes. Seria a vitória da iniquidade, da insensatez, da negação dos valores da vida e dos motivos pelos quais nascemos, crescemos e morremos. É o Armagedom bíblico, não importa aqui se eu acredito ou não nele. Aliás, não vai fazer diferença alguma.

O arco inglês dá uma saudade!!!!!                   

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