14 de abril de 2022

Do que ele tem mais medo?


O Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência da República proibiu a divulgação dos dias em que pastores pilantras foram recebidos no Palácio do Planalto em 2020 e 2021 (foto), o que agride a Lei de Acesso à Informação. A justificativa de garantir a segurança presidencial contra o pedido de um meio de Comunicação é apenas uma desculpa míope para encobrir o verdadeiro motivo: coalhado de caso de corrupção em seu final de mandato, o presidente Bolsonaro quer encobrir todos os seus passos e os de sua familícia nesse ano de eleição negando à sociedade o sagrado direito de saber o que acontece nas entranhas, melhor dizendo, nos intestinos do poder. Denúncias são nitroglicerina pura!

Desde que o Congresso Nacional revogou a Lei de Segurança Nacional, um anacronismo dos tempos da ditadura militar que perdurava na Constituição, o presidente tentou de todas as formas contornar essa "dificuldade". Sem outra alternativa, usa o GSI, um órgão a seu serviço pessoal e comandado por militares subservientes, para se blindar ilegalmente. O último ato foi tornar secretas as idas de pastores ao palácio. Daqui para a frente tudo o que o incomodar terá o mesmo destino. A menos, é claro, que alguém ou alguma instituição recorra ao Supremo Tribunal Federal (STF) contra essas violências.

O final do mandato de Bolsonaro está sendo um rosário de casos de corrupção. Nunca antes se viu tanta ilegalidade quanto agora. Atos espúrios que vão desde o favorecimento explícito à Engefort, empresa laranja dona da maioria dos grandes contratos do governo federal, à influência de representantes de seitas neopentecostais que se aboletaram nos cumes do poder para garantir todo o tipo de vantagens. E não são só elas: a corrupção cresce até mesmo entre os descendentes diretos do ex-capitão de artilharia e agora envolvem seu filho mais novo, Renan, que não aceita ficar fora da divisão do butim.

Do que Jair Messias Bolsonaro tem mais medo? De perder a reeleição, não importa para quem. Ele sabe que se isso acontecer, seu futuro será responder a uma grande gama de processos e possivelmente dar adeus não apenas ao poder, mas quem sabe à liberdade. Ele conhece todos os atos ilegais que praticou usando a caneta ou ministros, sobretudo em ministérios como os da Saúde e da Educação. Jair, ele tem consciência disso, não pode perder de forma alguma. E para garantir sua intocabilidade, de agora em diante até diarreia vai merecer sigilo de cem anos. Isso sem falar nas ilegalidades que estão por chegar, e no aumento do desmonte das instituições públicas e ataques diretos à democracia. 

O Bolsonaro ditador está apenas tirando a máscara.                

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