16 de julho de 2023

Os pontos em comum


O que pode haver em comum entre a luta de alguns estados brasileiros pela manutenção de escolas cívico militares (na foto uma de Nova Venécia, ES) e as agressões sofridas pelo ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Morais sexta-feira à noite no aeroporto de Roma? Ambos os fatos e mais uma série de outros são a imagem pronta e acabada do que ocorre no Brasil: a extrema direita não aceita de forma alguma o fato de que o presidente que antecedeu o atual tenha perdido a reeleição ao final do ano passado e recorre à violência e ao desrespeito a normas constitucionais para impor sua vontade.

Afinal, eles não têm apego ao Estado Democrático e de Direito. São extremistas. Golpistas.

Pedagogos sérios dizem todos os dias e com argumentos irrefutáveis que esse tipo de escola chamado de "cívico militar" é pobre em termos de eficácia de ensino. Embora mantenham a mesma grade curricular das demais escolas da rede pública, seu comando visa a colocar os alunos sob o tacão de princípios militares deturpados. O MP se manifestou contrário a algumas obrigações como, por exemplo, a exigência de que os alunos cortem seus cabelos longos. E educadores não aceitam o fato de que militares cheguem a receber mais do que R$ 9 mil mensais para dar ordem unida enquanto eles ganhem menos da metade disso para passar conhecimentos aos alunos. Conhecimentos reais.

Mas governadores como o de São Paulo enfrentam a decisão do governo federal e dizem que vão até mesmo aumentar a rede dessas escolas, que hoje é pífia em relação ao todo brasileiro. Cerca de 0,25 por cento. Outros como o do  Espírito Santo simplesmente se eximem de emitir opinião. E o assunto fatalmente vai terminar na Justiça ano que vem quando as verbas dessa modalidade escolar cessarem.

Foi essa mesma Justiça a atacada no aeroporto de Roma por uma trinca de marginais que aguardavam um voo para o Brasil e se depararam com o ministro Alexandre de Moraes. Ele foi chamado de "bandido, comunista e comprado" pela sirigaita acompanhada por dois homens, um deles seu marido. Todos, claro, bolsonaristas de carteirinha. Todos, claro, inconformados com a derrota do "mito" ao final do ano passado. E todos, claro, têm que ir para a cadeia porque até o filho do ministro foi agredido fisicamente por Roberto Mantovani Filho. Ele, Alex Zanatta e Andréia Mantovani, que iniciou os as agressões morais, não respeitam as autoridades constituídas de nosso país. Nossas leis.

Eis os pontos em comum entre os dois fatos. São o fruto do desprezo que as alas de extrema direita do espectro social brasileiros sentem por nossas normas legais. São alguns dos muitos braços desse polvo formador da incivilidade geral da nação e que tenta se perpetuar no 8 e janeiro, insistindo em manter o Brasil na ilegalidade. Ainda não saíram da frente dos quartéis e desconhecem o fato de que os quartéis já saíram da frente deles. Deles e de suas falsas escolas cívico militares cuja principal finalidade é a de subverter a educação de base do Brasil criando monstrengos infanto-juvenis.

Todos estão fazenda falta na Papuda!

2 comentários:

Anônimo disse...

Este é o Brasil e suas desigualdades!
Escolas militares? Povo sem noção! País que pensam que o regime militar vai educar seus filhos usando da doutrinação como forma de substituir o família na formação de cidadãos.

Anônimo disse...

Estes são os *insanos* que pregam o Patriotismo e não respeitam o Ser Humano ( o próximo) e nem as Leis do nosso País, e, tão pouco a Democracia. Cadeia pra esta raça de víboras, pra esta gente do mau!!