Está certo que José Luís Datena errou ao agredir Pablo Marçal com uma cadeirada (foto), e está errado ele não ter dito em sua nota oficial de hoje que se arrependia do ato praticado ontem porque, afinal, o fato se deu num debate transmitido ao vivo pela TV para todo o Brasil. Mas é inevitável dizer que há marginais em campanhas eleitorais brasileiras e isso vem se tornando mais agudo ao longo dos tempos, como acontece agora nas eleições municipais. Marçal, um criminoso condenado, quer ser prefeito da maior cidade do Brasil. Não imagino nada pior.
Mas isso só acontece porque partidos políticos em busca de votos abrem caminho a esse tipo de gente. Pior: também porque as populações das cidades chegam a dar terreno a essas pessoas para que elas tentem cargos de relevância. Isso surgiu e cresceu no Brasil com o advento da campanha do ex-presidente inelegível e genocida que antecedeu o atual. Foi ele quem eliminou das disputas politicas os limites da decência e do bom senso. Os apoiadores desse Marçal são oriundos da ala mais extremista dessa extrema direita apoiadora do cidadão.
E parece que o mal é contagioso! Num dos seus atos de campanha o agredido com a cadeirada disse que o candidato do PSOL, Guilherme Boulos, era toxicômano. Isso se deu porque um homônimo deste era ou é viciado em drogas e Boulos nada tem a ver o fato. O atual prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes, reagiu ontem a um questionamento do adversário com uma pergunta: "Você cheira?" Ele sabia o que estava fazendo e tinha o único propósito de agredir moralmente seu opositor.
A solução para isso seria simples: fazer legislação dura e capaz de punir com muito rigor esse tipo de crime que envolve a agressão moral, equiparando-a à agressão física ou a tipificando logo abaixo desta. Mas isso passaria no Congresso, a quem cabe fazer e aprovar as leis? Não. A extrema direita brasileira, majoritariamente representada no Legislativo Federal, nasceu com o bolsonarismo, o representa e concorda com os bandidos de hoje.
Vai ser preciso muita luta para mudar esse quadro!
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