29 de setembro de 2010

Meu Congresso pocotó (3)


Relembrando a pesquisa Época/Ibope, uma das tristes convicções do brasileiro é a de que seria uma função e/ou obrigação parlamentar "ajudar os aliados de campanha em negócios com o Governo". Não sei o que me deu na cabeça, mas ilustro esse texto com uma foto da ex-ministra Dilma Roussef candidamente de braço dado com seu cria e sucessora Erenice Guerra, em cerimônia oficial.
Ajudar os aliados de campanha, no Brasil, significa dar a eles contratos vultosos com os governos municipal, estadual ou federal. Fazer com que vençam licitações fraudadas. Permitir que cumpram atividades públicas em contratações de emergências. Distribuir cargos comissionados entre seus parentes e amigos. Ministérios só a eles mesmos, porque merecem! E outras coisas mais. Erenice Guerra, a cria/sucessora de Dilma Roussef, aprendeu toda essa lição. Mãe e esposa extremada, brindou os filhos e o marido com os mais descarados atos de tráfico de influência de que se tem notícia no passado mais recente do Brasil.
Mas bem recente mesmo, porque se a gente for recuar no tempo vai dar de cara com o Mensalão. E aí não há comparativo que resista!
Ajudar aliados de campanha é prática que só pode ser combatida com leis duras, com julgamentos inflexíveis por parte do Judiciário e financiamento público de campanha. Caso contrário, os vícios vão continuar. E as grandes empresas encarregadas de obras públicas gigantescas continuarão sendo sempre as mesmas. Os preços por elas cobrados jamais terão como parâmetro os preços de mercado, praticados junto à iniciativa privada.
Da mesma forma, sempre que certos presidentes da República prometerem que vão acabar com a miséria, podem acreditar nele, leitores. Depois de quatro anos vocês não vão encontrar um único parente de primeiro grau deles precisando trabalhar para viver. Porque, convenhamos, fazer isso no Brasil todo, acabar com a miséria geral, fica meio difícil.
Desculpem-me, mas parece que fui irônico. Ou então cínico. Dá no mesmo nesse caso.

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