8 de setembro de 2010

O país dos feriadões


O governo capixaba relutou mas, finalmente, decretou ponto facultativo na segunda-feira dia 06 de setembro. No Brasil as pessoas vibram com os feriados que ocorrem nas terças ou quintas-feiras. É que sempre foi muito fácil não trabalhar com o dinheiro dos outros.
Por que os feriadões são decretados? Porque o dinheiro público não é um bem pessoal dos governantes. Não sai diretamente do bolso deles. Não é contabilizado por seus empregados e a arrecadação não depende das portas abertas de suas empresas. O dinheiro é do contribuinte. De quem paga impostos. Inclusive eles!
Na economia brasileira, onde cerca de 50 milhões de pessoas vivem na informalidade e o Estado é um gastador compulsivo e irresponsável, ninguém se detém um segundo sequer para avaliar como os feriadões são ruins para todos nós. Inclusive para o funcionalismo público.
No Brasil dá status de segurança ser servidor público. Porque o servidor tem estabilidade e não há o perigo de que se cobre dele ao menos meritocracia. Eficiência, responsabilidade, progresso profissional. Vai daí, os concursos público levam às milhares de empresas públicas brasileiras, Executivo, Legislativo e Judiciário, nossos jovens mais bem formados. Mais talentosos. Mais inteligentes. E que em breve estarão trabalhando apenas a partir das 09 horas, lutando por feriadões, buscando aumentar suas vantagens pessoais e diminuindo a produtividade bem como abandonando a atualização dos conhecimentos profissionais. Isso é um crime contra eles mesmos, mas nem sequer eles o enxergam. Brasileiro quer levar vantagem, como se diz.
Infelizmente o pior não é constatar um fato dessa natureza. O problema maior é não ver a luz no fim do túnel e não encontrar quem lute para acabar com práticas abusivas que lesam a todos, indistintamente, como uma praga endêmica de lavoura.
O pior é notar, e com indisfarçável mal estar, que até mesmo governadores e outros membros do Poder Executivo, às vezes filhos de empresários da iniciativa privada se esquecem de que seus pais, quando atuavam, não decretavam, feriadões. O dinheiro era deles!

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