19 de novembro de 2010

A direita do ódio


A extrema direita dos Estados Unidos está espumando de raiva. Um tribunal civil do país absolveu um preso por terrorismo de 284 das 285 acusações que lhe eram imputadas. Imputa-se no atacado. E nem o fato de ele poder ser condenado a 20 anos de prisão ou à prisão perpétua diminuiu a ira desses fundamentalistas do racismo disfarçado. Querem que todos os acusados de terrorismo permaneçam em Guantanamo, onde não precisam ser acusados formalmente de nada, não têm assistência jurídica e saem de lá quando as autoridades militares locais bem entenderem. Preferencialmente, nunca mais. Há muito espaço para covas rasas no lugar.
Lá também podem experimentar o afogamento simulado tão a gosto do ex-presidente George W. Bush. Arrancar confissões assim é rápido. Os policiais e militares brasileiros faziam isso com perfeição durante os 21 anos em que durou a ditadura militar. Muitos aprenderam "as técnicas" nos Estados Unidos. Os únicos inconvenientes eram que alguns, teimosamente, morriam antes de falar. Outros, de tanto suplício pediam para morrer ou confessavam o que não haviam feito. Diziam: "Quem matou Kennedy fui eu". "Quem ia invadir o Brasil à frente de um exército comunista durante o governo Goulart era eu. A sorte é que vocês derrubaram o homem e mataram todo mundo".
O Brasil de 1964/1985 não compreendia que as ditaduras só geram violência, raiva e ódio. A mesma receita que elas carregam. Os Estados Unidos da extrema direita também não entendem a mesma coisa. Então, quando acontece um 11 de setembro ou outro evento parecido alguns se perguntam: "Por que eles não gostam de nós?"
Os Estados Unidos sempre amaram a paz dos cemitérios. Sempre. E transmitiram esses princípios à extrema direita de Israel, que faz o mesmo com os palestinos. Eles, norte-americanos e israelenses de extrema direita, não são piores do que os maiores ditadores de esquerda que o mundo já viu. Como os líderes do Khmer Vermelho, por exemplo. Mas empatam.
E tentam mostrar ao mundo que Barak Obama é fraco porque quer fechar Guantanamo. Porque não quer que acusados sejam executados sem culpa formada. A democracia da direita americana é essa: aos amigos os favores da lei; aos inimigos os rigores da lei, como dizíamos por aqui.
E como matar é fácil, muitos preferem a receita dos americanos, essa mais acima à direita, por injeção letal. Higiênica! A outros tanto faz. No Irã que eles detestam, a forca tem a vantagem de poder levar três de vez, como na foto à esquerda. Embora arranque alguns pescoços vez ou outra, o que é muito inconveniente.

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