7 de junho de 2014

"Literatura Capixaba" e o bicho da goiaba

Em pleno sábado, um monte de gente pergunta aqui no Espírito Santo o motivo da discussão em torno do tema "Literatura Capixaba". Desculpem, não sei. Como disse ao querido amigo e confrade Anaximandro Amorim, da Academia Espírito-santense de Letras, vamos imaginar que esse termo seja apenas uma forma de a gente se referir ao trabalho literário aqui produzido por e com muito amor e por gente nascida ou não no Estado. Trabalho de ótima qualidade e sempre mal divulgado pelos meios de Comunicação do Estado. Exemplo? Os do escritor e professor Francisco Grijó. E muitos outros. Poderíamos usar outro termo como, por exemplo, "literatura produzida no Espírito Santo", conforme sugerido no "esforço" de reportagem.
E como usamos "imprensa capixaba", poderíamos usar também "imprensa feita no Espírito Santo por gente que não se identifica com as coisas daqui". Ou não? Não creio que isso, esse fato menor do dia, comporte discussão pseudo acadêmica. Sugiro doravante temas mais candentes: os anjos têm sexo? O bicho da goiaba desenvolve sua maturidade sexual fora ou dentro da goiaba? Vamos tocar a discussão dessa forma. Vou sugerir os assuntos em mesa redonda também. Acho que dará mais o que falar do que o tema de página dupla jogada fora pelo jornal A Gazeta de hoje no Caderno Pensar e na sua busca desesperada pelos leitores perdidos dos anos gloriosos.
Esse tema, com o título "Mal-estar literário" e internamente "Manifesto contra a moqueca" sintetiza o seguinte: o jornal considera mal colocado o termo "Literatura Capixaba" pois ela - essa literatura - seria universal. Associa o termo à moqueca, prato somente nosso porque não leva azeite de dendê e outras especiarias baianas (daí um  dos títulos). Deve ter sido difícil gastar tantas palavras no papel jogado fora para que os leitores se imaginassem no centro de uma discussão acadêmica que não existe.
Mas vá lá. O desespero pela reconquista de leitores deve valer qualquer coisa para quem já noticiou, em manchete de primeira página, que o mundo vai acabar.  

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