30 de junho de 2014

Os regulamentos burros

Júlio César vira herói ao pegar pênaltis contra o Chile em Minas Gerais
Não apenas as unanimidades são burras, como disse Nelson Rodrigues. Nos esportes é comum os regulamentos serem burros e, destes, talvez os mais irracionais sejam os do futebol. A Copa do Mundo está longe de ser exceção. Ao contrário, é a regra.
Já houve uma Copa com 13 participantes: a de 1930, que consagrou o Uruguai. Com o tempo as disputas foram inchando e passaram de 16 seleções para 24 e 32. A FIFA explicou esse "inchaço" como necessário. Ela precisava incluir na maior competição esportiva do planeta representantes de todos os continentes. Era a forma de incentivar o crescimento do futebol no mundo todo. Tem lógica.
Mas não tem lógica o regula mento da disputa. A Copa dura um mês. E os 32 times são divididos em oito grupos de quatro que jogam entre si para classificar 16. Então começa uma série de partidas de oitavas, quartas de final, semifinais e finais no estilo chamado "mata-mata". E é um sistema matador, sim, pois impõe às equipes que não conseguem vencer no tempo regulamentar uma prorrogação de 30 minutos e disputa por pênaltis se isso não resolver. Irracional. Condena seleções e jogadores a esforços imensos num tempo pequeno, com intervalo curto entre partidas. É comum equipes serem desfalcadas.
Ora, se na fase classificatória há critérios para evitar prorrogações e pênaltis, por que isso não acontece depois? Na fase de classificação as seleções já entram na última rodada sabendo o que precisam fazer para seguir em frente. Empatando em pontos, desempatam por critérios como saldo de gols, por exemplo. No futebol, competições podem ser desempatadas por saldo de gols, número de vitórias, maior número de gols marcados, menor número de gols sofridos, confronto direto e até mesmo por um já esquecido critério de "gol
Taffarel se prepara para ser campeão nos pênaltis
average". É quase impossível tudo empatar. E se mesmo assim  isso acontecer, aquela moeda que os árbitros usam no cara ou coroa das saídas de jogo resolve a questão.
Estamos diante da solução do problema: as campanhas das fases de classificação são diferentes. Cada seleção tem a sua. E essas campanhas podem ser usadas para, nas etapas eliminatórias, cada equipe ir a campo sabendo o que precisa fazer. Se teve melhor campanha do que meu adversário na primeira etapa, o empate me bastará. Ao outro resta a vitória. E do final da fase de grupos até a decisão não haverá nem prorrogação nem pênaltis para decidir vagas. Da mesma forma como foi no início.
Um critério assim fará com que as equipes arrisquem mais na primeira fase. Elas vão querer vantagens futuras. E quem entrar em campo com a necessidade de vencer arriscará muito mais. Notaram como tudo muda? Mais emoção com muito menos risco.
E jogos resolvidos em 90 minutos. Como manda o figurino!     

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