5 de junho de 2014

O "ovo da serpente". Ele de novo

O tempo passa, as coisas mudam mas o ódio irracional permanece. Lembremo-nos doravante dessas siglas: Frente Nacional (França), Partido Nacional Democrático (Alemanha), Aurora Dourada (Grécia), Partido Melhor (Hungria), Partido da Liberdade (Áustria), Partido Popular Dinamarquês (Dinamarca), Finlandeses (Verdadeiros) (Finlândia), Partido da Liberdade (Holanda) e Liga Nórdica (Itália). Se esqueci algum, acrescentem.

Esses partidos elegeram membros para o Parlamento Europeu, a maior segunda eleição do mundo. Podem daqui para a frente intervir no futuro da Europa. Têm em comum o fato de serem neonazistas. Carregam consigo o  pior dos ódios, o ódio racial. Quem considera seu semelhante um ser inferior, seja por que argumentação for, sente-se no direito de extirpá-lo. Eliminá-lo. Matá-lo. Os nazistas e fascistas fizeram isso durante a II Grande Guerra. Em seu rastro ficaram mais de seis milhões de mortos que não foram apenas judeus como quer a teoria reducionista do "Holocausto", mas também os comunistas, demais adversários ideológicos do nazismo e do fascismo, deficientes físicos, deficientes mentais, homossexuais, ciganos, negros, outras etnias "não arianas" e imigrantes me geral. Todos eles eram seres inferiores. Matá-los não constituía crime algum.
Hoje nós estamos vendo uma tentativa de ser chocado novamente esse ovo de serpente. Um sentido figurado. Para alguns, apenas palhaçada sem maiores consequências. Não é. Estamos diante de um perigo imenso e é preciso combater o mal. Não se trata apenas de evitar que imigrantes africanos ou outras pessoas "roubem" os empregos dos europeus. Geralmente a coisa começa assim em meio a crises políticas e econômicas para depois mostrar a verdadeira cara ao assumir o poder. É preciso evitar.
Comentei isso com alguém num papo informal e ouvi da pessoa: "O que nós temos com isso?". TEMOS TUDO COM ISSO. Eles estão aqui como aqueles que pintam no muro as palavras contra os nordestinos (na foto), que atacam homossexuais nas ruas das grandes cidades, usam suásticas em tatuagens, etc, etc, etc. Repito: eles se alimentam das crises políticas, econômicas e estamos vivendo ambas num país que não tem as defesas intelectuais dos europeus. Um País governado por despreparados e oportunistas.
Cuidado! Evitemos que esse ovo de serpente consiga chocar. Ele sempre tenta. E tem novamente seu caldo de cultura ideal. Os tempos modernos o fornece a eles.               

Um comentário:

Erlon José Paschoal disse...

Muito pertinentes suas reflexões, Álvaro. O fascismo parece algo cíclico, tal qual o extremismo e a intolerância que vivenciamos hoje em nosso país. Abraços.