12 de agosto de 2015

Cortinas de fumaça

A presidente Dilma Rousseff herdou de seu antecessor e criador, Lula, um hábito: ele mentia em seu favor e em favor do governo que representava. Ela faz o mesmo. Agora, em fase de "agenda positiva", lançou um "plano" de R$ 186 bilhões em investimentos no setor de energia. Segundo esse projeto, para geração e distribuição.
Tirando-se o que já está sendo feito e que, portanto, não constitui projeto novo, de onde sairá esse dinheiro? Ele vai ser distribuído de que forma? Quais são os planos ou projetos de geração e distribuição? Onde serão realizados? Qual o custo unitário de cada um deles? Quando haverá licitações? Onde estão os projetos prontos ou em fase final? Se esse é o caso, já foram dadas licenças ambientais para cada um deles? Sem as respostas a essas perguntas o plano não existe.
Aliás, não existe mesmo. Bem como não existe "agenda positiva". Pressionada por todos os lados, com a avaliação de seu governo caindo ladeira abaixo a cada pesquisa, a presidente tem que criar fatos novos. Como, por exemplo, viajar ao Nordeste, inaugurar condomínios semi-acabados de casas populares e discursar para públicos selecionados, em cujas plateias só entram militantes e apoiadores de seu governo. Só a claque.
Dilma está acuada e desesperada. Agora pretende cindir o Congresso Nacional, colocando Senado contra Câmara na tentativa de isolamento do presidente Eduardo Cunha. Elogia Renan Calheiros. Mas sabe, pois todo mundo sabe, que os dois são farinha do mesmo saco. Como ela também é em relação ao seu antecessor no Palácio do Planalto.
Até onde vai o desespero!
Os 186 bilhões em investimentos são tão reais quanto Papai Noel e Branca de Neve. E a esmagadora maioria das mentes mais lúcidas sabe disso. A boa fé do presidente do Senado em relação aos projetos do Ministro da Economia, Joaquim Levy, não é uma convicção. Tem um preço, será alto e Dilma Rousseff o conhece. Mas ela se desloca, chafurdando-se nos chiqueiros dos acordos subterrâneos de sobrevivência com a mesma desenvoltura com que oferece almoços e jantares no Palácio do Planalto onde somos nós quem paga a conta. Sem pudor nem limites. Nem ética. 
Mas cortinas de fumaça têm vida efêmera. Logo se dissipam...    

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