28 de agosto de 2015

Os meios de Comunicação e as redes sociais

Vira e volta, os grandes, médios e até pequenos meios de Comunicação, aí incluídos jornais, revistas, rádios, TVs, internet e outros, se incomodam com as redes sociais. Todo santo dia, haja o que houver, a gente lê, vê ou ouve a "imprensa profissional" reclamando das redes sociais. A justificativa é sempre a mesma: essas redes são de amadores, divulgadores de boatos, irresponsáveis. Além, é claro, de terem baixo nível, pois alto nível só na "imprensa profissional".
O fato é que as redes sociais crescem, se disseminam como vírus e isso incomoda. A mídia tradicional perdeu a exclusividade da informação. Ela não é mais dona, como foi durante séculos, do direito de divulgar o que entende como notícia. Ou o que não contraria seus interesses.
Claro, nas redes sociais tem muito irresponsável. Tem gente que usa os espaços para disseminar o ódio, e muitas vezes de forma criminosa. Também tem muito texto auto laudatório, mal escrito, sem nenhum tipo de comprovação, pueril ou piegas. Às vezes chega a irritar.
Mas, em contrapartida, tem muito "furo". Tem muita denúncia fundamentada. Tem muito texto belíssimo, muita discussão séria e muita troca de informações e opiniões de cunho intelectual. Principalmente, nas redes sociais você não precisa consultar o editor, o editor chefe, o chefe de redação e a diretoria do meio de Comunicação antes de postar/publicar. É isso o que incomoda!
Nos tempos de defesa intransigente da liberdade de expressão, de livre manifestação do pensamento, pegaria mal às grandes redes iniciar uma campanha pelo "controle social ou jurídico das redes sociais". Afinal, pau que bate em Chico teria que bater em Francisco também". Isso não interessa.
Mas eu que sou um jornalista com várias décadas de experiência, posso dizer: houve épocas em que os donos dos jornais decidiam o que todos poderíamos ler. E muitas vezes nenhum deles noticiava isso ou aquilo por interesses diversos, inclusive e principalmente por interesse financeiro ou político. Também o governo censurava e, na época da ditadura, a censura era cruel, violenta, sem contemplação. E muitos dos grandes conglomerados de mídia de hoje não apenas se curvavam a isso sem tentar enfrentar, como apoiavam os ditadores. Quantos editoriais de apoio eu li, ouvi ou acompanhei pela televisão ao longo daqueles tristes 21 anos de escuridão...
As redes sociais incomodam os outrora donos exclusivos do direito de noticiar. Que seja assim. É muito melhor assim. Basta separar o joio do trigo, passar por cima das besteiras, das baboseiras e seguir em frente. Apesar de todos os pesares, as redes sociais prestam hoje um grande serviço. Elas tornam os meios de Comunicação tradicionais mais antenados e responsáveis.      

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