7 de outubro de 2023

O estado terrorista

Retalhos de "Guernica", obra fantástica de Pablo Picasso, mostra o holocausto palestino em 1982

Nunca haverá paz no Oriente Médio enquanto o Estado da Palestina não for constituído e reconhecido pela comunidade internacional, o que inclui Israel. E também quando, paralelamente a isso, os dois estados fizerem um pacto de não agressão que garanta vida segura às duas comunidades. Até lá teremos que conviver com o inaceitável: uma situação na qual homens e mulheres - o que envolve idosos e crianças - são mortos todos os dias em atos de agressão. E muitos mais do lado palestino, pois Israel possui uma das forças armadas mais modernas do mundo, inclusive com armamento nuclear jamais admitido, mas ainda assim aceito passivamente pela comunidade internacional.

Mas os judeus nunca aceitaram a Palestina independente e Israel promove terrorismo de Estado.

Sempre que penso na situação do Oriente Médio, onde agora mesmo inocentes estão sendo mortos, recordo-me do episódio de Sabra e Chatila, as comunidades palestinas no Líbano massacradas no ano de 1982, entre 19 e 20 de setembro. Eram homens, mulheres e crianças indefesas, mas isso não impediu o ataque. Para resumir, a milícia  maronita de extrema direita liderada por Ellie Hobeika invadiu os campos de refugiados e assassinou cerca de duas mil pessoas - não há números exatos - sem resistência porque o Exército israelense cercava todo o perímetro, apoiando a violência e impedindo a entrada de socorro.

Foi o único episódio? Não. Centenas de outros já foram registrados ao longo dos anos. Em várias dessas vezes colonos israelenses armados mataram civis palestinos, inclusive em cidades e aldeias. Crianças acabaram mortas. Idosos também. Em muitos casos os ataques eram feitos por forças armadas e com o uso do armamento convencional mais moderno que existe, grande parte dele produzido no estado judeu graças a apoio ocidental.

Quando Israel foi criado em 1948, com voto decisivo do Brasil na ONU, ocupou parte do território palestino. Ninguém perguntou a esses se concordavam, nem aos países islâmicos vizinhos. E ao longo dos anos os israelenses sempre somaram ilegalmente territórios à sua pátria dada de presente. De uns 40 anos para cá é comum a ocupação de terras, sobretudo na Cisjordânia, para assentamentos. Todos avançam sobre áreas palestinas e até mesmo a mais inocente das pessoas sabe que os judeus nunca tiveram em mente conviver com a Palestina como estado independente. Ainda mais agora com Nini Netanyahu no poder e cercado por uma extrema direita que quer matar todos os "inimigos".

Sempre que um ataque acontece nem é preciso imaginar de que lado ele vem. Se os jornais, rádios e TVs ocidentais disserem que foram "terroristas" os atacantes, ele veio do lado palestino. Se disserem que foi obra de "radicais", foi praticado por Israel. Isso, obviamente, não acaba com o conflito, mas sim o aguça. Ou haverá naquela região duas bandeiras nacionais tremulando lado a lado onde hoje se mata ou a matança vai continuar.

Não há outra alternativa.                          

Um comentário:

Anônimo disse...

Força é para quem tem. Vitória é para o mais forte. E morte é para os mais fracos. Eis a lei da guerra.