23 de junho de 2024

A última das guerras


Quanto mais se fala em guerra, sobretudo em Terceira Guerra Mundial, aquela que seria a última delas, mais me vem à mente a imagem do cogumelo atômico sobre Hiroshima (esse da montagem fotográfica) e Nagasaki ao final da Segunda Guerra. Quem ainda não leu sobre isso, faça o favor. Ainda mais porque os senhores da guerra, que em 1914 se encastelavam no Império Austro-Húngaro e em 1939 no nazismo alemão, hoje estão nos Estados Unidos. Sim, lá mesmo, naquele império dominador e de onde o assunto da defesa das democracias e da segurança nacional nos chega todos os dias via (falsas)mensagens de defesa da liberdade. Serei claro.

Na Idade Média as guerras eram feitas sobretudo e principalmente com o uso de arcos e flechas. Durante a Guerra dos Cem Anos, na Batalha de Azincourt em 1415, os ingleses devastaram as tropas francesas com o uso do arco inglês ou gaulês, maravilha tecnológica daqueles tempos. Feitos geralmente com teixo, tinham o tamanho de um homem adulto e eram capazes de fazer as flechas penetrarem as armaduras de metal e matarem soldados inimigos à distância. Os franceses, desesperados, cortavam os dedos indicador e médio dos inimigos para eles não poderem atirar mais. Os ingleses, reagindo a essas mutilações, mostravam esses dois dedos aos inimigos formando o "V" de vitória, antes de atirarem.

Naquela época os guerreiros eram homens fortes, adestrados para o uso das armas de então e geralmente formavam os exércitos a partir das camadas mais baixas da sociedade, podendo ser até analfabetos. Hoje, não. Nos dias atuais os que vão manobrar os aviões modernos de combate, bem como bases de mísseis e outras armas são profissionais altamente capacitados, com anos de estudos e formação acadêmico militar. Geralmente, o melhor das juventudes de seus países e mandados para morrer nas guerras. Buchas de canhão modernas. 

Pensem nisso: uma Terceira Guerra Mundial vai matar nossos filhos e netos!

Quem escala a crise no mundo são aqueles que têm interesse nessa guerra, embora com o discurso sempre surrado de defesa dos "valores ocidentais". Hoje a pressão é exercida sobre a Rússia por causa da agressão à Ucrânia - só isso vale uma boa crônica -, contra a Palestina para a "defesa" de Israel, mas o que existe por trás da cortina de fumaça é a decisão dos Estados Unidos de não permitir um maior crescimento econômico e militar à China, que fica de longe vendo os demais gastarem munição enquanto faz avançar sua economia e seu poder bélico para a eventualidade de um confronto.

E quem alimenta esse sonho que usa a ONU como alvo de ataques políticos frequentes e a OTAN como base de poder bélico? Sobretudo os chamados chefes de Estado de extrema direita como na Hungria, Itália, Argentina, Israel, além de outros e aqueles que navegam em torno do poder de seus países com o objetivo de tomá-lo, e não para a defesa da liberdade, mas sim para acabar com ela como já foi feito em épocas passadas no mundo. Basta uma leve consulta à história e os projetos da extrema direita política surgirão claros a todos.

Uma Terceira Guerra Mundial vai expor como alvo a ser atingido o território continental dos Estados Unidos e esse é um motivo forte para eles relutarem em tomar a iniciativa. A guerra vai provavelmente não ter vencedores e pode ser que extermine a vida humana e da maioria esmagadora dos animais sobre a face da terra. Quando houve todos os conflitos anteriores esse cardápio não estava sobre à mesa dos senhores da guerra e nem daqueles que eles conseguem catequisar com seus discursos, como ocorre hoje no Brasil, com milhões de inocentes uteis e inúteis seguindo uma cantilena maluca que envolve até mesmo crenças religiosas medievais e distorcidas da realidade.

Pensem nisso: o mundo belicista que vocês defendem pode ser o da última das guerras. E vai matar seus filhos e netos, estejam eles onde estiverem. Não é mais prático pregar - sinceramente - a paz?                          

Um comentário:

Anônimo disse...

Enquanto a guerra aterra , a paz aqui jaz. ( MT)