12 de julho de 2013

O Congresso não nos representa

Não se dispersem. Não aceitem provocações. Não esmoreçam. Lembrem-se de que a luta atual, com parte do povo desse País nas ruas, se desenvolve sobretudo e principalmente contra o Poder Legislativo. E ele vai fazer tudo, ético ou não, legal ou não, para refender seus privilégios. Os poderes Executivo (aquele dos 39 ministros) e Judiciário acompanham mas terão de aceitar o que mudar.
No Poder Legislativo do Brasil, incluídos aí os níveis municipal, estadual e federal, o mais bobinho dá nó em pingo d'água. Os mais sabidos chegam a dirigir seus poderes. E só não pilotam os jatos da FAB porque não sabem. E porque têm pilotos profissionais para cumprir a tarefa de motoristas. Por isso fizeram parte da cortina de fumaça da presidente Dilma Rousseff, que criou o plebiscito de araque para nos enganar. Para ganhar tempo. Para tirar o foco da questão de onde ele estava.
Percebam: até agora, na "correria" do Congresso, nada do que já foi aprovado toca num único e miserável privilégio dos senhores parlamentares. Para não ser injusto, retifico: eles agora não podem mais "eleger" maridos, esposas, filhos, sobrinhos, mamãe, papai e outros como suplentes de senadores. Mais nada. Suas vantagens estão intocadas. A sacanagem rola solta em todos os lugares.
Por isso é preciso centrar fogo em questões específicas, claras. Como o fim do fator previdenciário porque aposentado come. Se não comer, morre. O não o combate à terceirização e as demais bandeiras que são também das centrais sindicais, que entraram, diga-se em nome da verdade, de forma oportunista no movimento. Mas é preciso gritar sempre que o Brasil é um país corrupto, de corruptos e que nossa educação vale nota zero, nossa saúde mata quem não pode pagar por ela, os programas de geração de empregos são verdadeiras piadas e a segurança não protege ninguém. Nem mesmo os policiais militares que disparam contra o cidadão na foto que ilustra esse texto podem se considerar protegidos. São tão roubados quanto todos os demais em seus salários de fome.
Vejo-me jovem em uma passeata. O PM me cercou e ergueu o bastão de madeira. Eu disse rápido: "Você também é um espoliado como eu!". Ele respondeu: "E vou preso se não bater em você!". Baixou o bambu.
Não se dispersem, por favor. Parem as cidades. Parem tudo.
Sei fazer coquetel molotov e como derrubar cavalos da cavalaria que ataca. Mas isso passou. Foi na época da ditadura militar e ela morreu de inanição em 1985. Agora os tempos são outros e as armas que devemos usar não devem queimar ou fraturar patas. Temos a razão ao nosso lado.
Vamos dizer que o Congresso não nos representa. Que ele só representa a si próprio. E começar, devagar e sempre, a lutar contra os privilégios que essa gente acumula ano após ano, com dinheiro tirado dos nossos bolsos. Vamos usar a internet, as redes sociais, as passeatas, as faixas, os megafones, tudo o que puder repercutir e arranhar cada vez mais o que ainda resta de conceito nessa gente. Eles são hoje o pau do galinheiro. Estão perto de ser o cocô do cavalo do bandido. Falta pouco.
À luta. Ergam as bandeiras. E, no caso específico dos capixabas que não querem mais pagar o pedágio da Terceira Ponte, não se esqueçam de exigir, nessa auditoria que está sendo feita pelo Governo, que se diga também quem assinou os contratos atuais com a Rodosol. Essa(s) pessoa(s) precisa(m) se explicar.          

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