15 de abril de 2016

Continuo o mesmo

Fiz hoje uma coisa que não queria e que a mim causa mal estar: bloqueei no meu Facebook um velho companheiro de jornalismo. Ele foi deselegante e me acusou do que está se tornando moda hoje entre aqueles que defendem o moribundo governo Dilma Rousseff, e que é chamar os adversários de parciais, de fazerem jornalismo por encomenda e de terem abandonado velhas crenças e convicções.
Deixo aqui um registro: sou hoje o mesmo Álvaro que um dia militou no Partidão, com as mesmas crenças políticas, a mesma ideologia e, sobretudo e principalmente, os mesmos princípios: não tolero ladrões. Sobretudo e principalmente os de dinheiro público. Por isso, acho imperativo que o Brasil seja passado a limpo, varrido, faxinado. E isso tem que começar pela cúpula do poder.
Os que quiserem me chamar de coxinha podem fazê-lo à vontade. Não passei a ser um homem de direita, apenas continuo sendo direito. Às vezes na vida é preciso parar, pensar e acusar aqueles que fingiam estar ao lado dos planos de justiça social e de progresso, mas fizeram disso uma cortina de fumaça para poder roubar, engodar seus cofres e os de seus apaniguados. E ainda têm o desplante de se defender acusando terceiros, tentando rotular os adversários e se denominando ou "a alma viva mais honesta desse País" ou então "ilibada". Esse tipo de coisa é mais do que suspeita.
O Brasil vive um momento de crise muito aguda. O País foi roubado. Assaltado. Dilapidado. Ontem mesmo ficamos sabendo do total do rombo dos fundos de pensões das grandes estatais. São bilhões de reais. E o desvio vem de 2003 a 2015. Quem estava no poder nesse período? Os mesmos do mensalão, do petrolão, da destruição da Petrobras, dos desmandos da Eletrobrás, do BNDES (nesse caso a gente ainda nem conhece direito o montante do butim). Os mesmos que nunca sabem de nada, que não conhecem ninguém, que abandonam seus capangas à própria sorte para tentar sobreviver escondendo-se nos chiqueiros onde vivem, entre os montes de lavagem. Os mesmos que tremem de medo toda a vez que o nome Celso Daniel é pronunciado em qualquer lugar ou circunstância.
Virou moda acusar aqueles que lutam contra o governo federal de estar ao lado, "da Globo, de Veja, de Época, de IstoÉ, da imprensa golpista em geral, inclusive de Vitória". Tem muito mais gente honesta nesses meios de Comunicação do que entre aqueles que batem no peito arrotando virtudes que não existem e proclamando a valentia dos covardes. Cegueira política é um mal que não tem cura. E esquerdismo tardio, sem base alguma, algo que pode ser manipulado por malandros.
Votei em Lula em 2002. Tinha esperança de que velhos militantes de esquerda fossem capazes de, dentro da legalidade, lutar pela construção de uma sociedade mais justa. Enganei-me. Havia ajudado a eleger uma quadrilha de bandidos sem princípios. E formada até por gente que no passado lutou nas ruas, foi presa política e exilada. Onde esses canalhas jogaram seus ideais?
Eu, de minha parte, continuo o mesmo.  

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