26 de abril de 2016

O custo não importa mais

Na falta do que fazer, pois não tem o que fazer, o  ex-presidente Lula sobe em palanques e faz ameaças. Não falta do que fazer, pois nada sabe fazer, a presidente Dilma Rousseff reúne claques e grita contra o "golpe". E esses espetáculos de baixa qualidade preenchem o tempo em que vivemos enquanto o Senado se prepara para votar o impeachment da chefe de Estado. Há um clima de litígio no ar e muitos não se incomodam sequer em disfarçar a disposição para brigar além dos limites que a Constituição impõe. No caso do governo, ninguém quer perder milhares de cargos e dinheiro federal.
Ao que tudo indica os setores ligados ao governo se preparam para 180 dias de impedimento que, depois disso, podem ser definitivos ou não. Tem-se a luta no Senado como perdida. E caso isso se concretize, uma coisa é certa: o PT e seus aliados vão tentar não permitir que Michel Temer governe. Vão tentar manter o Brasil parado por meio ano, pois há muito tempo ele não se move. Onde é o fundo do poço que a maioria dos economistas honestos garantem ser mais embaixo?
Onde ficará Dilma se ela sofrer seis meses de impedimento? No Palácio da Alvorada, conspirando? Claro que não pode. E Lula que então não terá de se preocupar em ser mais ministro da Casa Civil? Para onde se deslocará o "foco de resistência" dessa esquerda de araque assaltante de cofres públicos que há 13 anos faz do Brasil um grande butim? Tão grande que não se tem ideia do tamanho.
Como sairá nosso País desses mais seis meses de enfrentamentos? Claro fica que o presidente empossado, Michel Temer, terá todos os poderes constitucionais à mão. E se ele quiser fazer de um semestre um mundo, terá de rebolar. Mudar tudo. A começar por injetar ânimo na economia, desmontar os esquemas petistas que tomam o Brasil todo, em todos os setores, reduzir o "Custo Brasil", os ministérios, os apaniguados de hoje, os párias do poder central. E tudo isso sob fogo.
Quanto resta ao Brasil em termos de capacidade de suportar revezes é o que sempre me vem à mente. Sim, porque a economia está destruída, a Petrobras é uma empresa tecnicamente falida, ainda não se tem noção do tamanho catastrófico dos danos causados ao BNDES, aos fundos de pensões das empresas estatais e a muitos outros setores. Como resistir, como começar a reconstruir a partir do zero tendo que abaixar a cabeça de minuto a minuto para se desviar de projéteis?
Ao afastamento de Dilma, caso se concretize, não se seguirão dias de paz. Muito pelo contrário. Na improvável hipótese de ela continuar, não terá como governar. Desse caos todo emerge, pelo menos para mim, uma única certeza: não há outra saída que não seja enfrentar a situação como está colocada. E torcer para que a Operação lava Jato siga célere na direção em que está, tentando nos ajudar a fazer no Brasil a faxina que deve ser feita. E não importa mais o custo que isso tenha.          

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