1 de abril de 2016

Um tiro na mosca!


Vejam como um ministro do Supremo Tribunal Federal, Luís Roberto Barroso (foto), sem saber que estava sendo gravado, deu um tiro na mosca. Colocou a nu todos os maiores problemas de nossa política. Falava informalmente, não sabia que havia um sistema interno de gravação, e mandou bala.
Disse ele despreocupadamente à plateia acadêmica: "A política morreu, porque nós temos um sistema político que não tem um mínimo de legitimidade democrática. O sistema deu uma centralidade imensa ao dinheiro e à necessidade de financiamento, e se tornou um espaço de corrupção generalizada. Estou falando aqui, em um ambiente acadêmico, como se eu estivesse com meus alunos. Quando anteontem o jornal exibia que o PMDB desembarcou do governo e mostrava as pessoas que erguiam as mãos, eu olhei e disse: 'Meu Deus do céu, essa é a nossa alternativa de poder'. Não vou fulanizar. Quem viu a foto, sabe do que eu estou falando. Portanto, o problema da política nesse momento é a falta de alternativa. Não tem pra onde correr. Isso é um desastre"'.
O ministro tem razão. Carradas de razão. O vice-presidente que agora pode assumir o poder com o impeachment da presidente Dilma Rousseff é o seu vice. Até a semana passada, chamado de parceiro, de companheiro, de outros adjetivos bondosos. Deu o fora e agora é bandido. E no dia de hoje, no desespero para não perder o mandato, a presidente do PT tenta cooptar para perto de si todos os bandidos disponíveis. Aqueles que se vendem a preço de ocasião, trocando apoios em momentos críticos por cargos onde possam roubar. Ou trocando por dinheiro mesmo. Como aconteceu no Mensalão, Como jamais deixou de acontecer na política brasileira. Desgraçadamente.
Sempre houve promiscuidade na política brasileira no trato com o dinheiro público. Mas foi de 2003 para cá que a prática se tornou política de Estado. Lula mandou que todos os à venda fossem comprados. Ele queria fazer passar o projeto do PT, que jamais foi um projeto de governo mas sim de poder. Dos que se faz para que esse poder seja mantido indefinidamente. Sim, porque para o PT não deve haver alternância, como pregam as boas prática democráticas. Deve haver uma administração que dure para sempre, que jamais interrompa sua atuação, mesmo trocado de chefe. Afinal, não se vai instrumentalizar o Estado, não se vai tomar de assalto todos os cargos públicos para abandonar o butim depois. Os "cumpanheiros" têm que ter como ganhar a vida trabalhando pouco ou quase nada.
A constatação do ministro Barroso é de todas as mentes lúcidas do Brasil. E por isso é preciso começar a passar a limpo esse País. De preferência de cima para baixo, aprovando o impeachment da presidente. E esse será apenas o primeiro de muitos outros passos.
      





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