2 de setembro de 2023

Stanislau nunca morreu


“Restaure-se a moralidade ou locupletemo-nos todos!”

Esse pensamento aí acima, logicamente um deboche, pertence a Sérgio Porto, o imortal Stanislau Ponte Preta, e é parte de sua extensa obra muitas vezes humorística e que despia a falta de vergonha do político típico brasileiro. Esse que, hoje, por detrás das cortinas, tenta sabotar o esforço do atual governo para tributar os lucros astronômicos dos chamados "super ricos" e que só são isso porque não pagam impostos.

Procurem reparar: esses políticos que vivem de discursos vazios, defendendo teses sem sustentação na ética e no decoro, fazendo acordos subterrâneos e sustentando a manutenção de todos os privilégios por parte daqueles que os detêm, são os que saem da "vida pública" milionários. Eles discursam todos os dias pedindo, por exemplo, a redução dos gastos governamentais contanto isso não atinja seus artifícios para mandar recursos do contribuinte a suas "bases" via emendas parlamentares e outras modalidades que não passam pelo OK do cidadão e nem são do conhecimento dele.

Os filhotes dessa excrescência são gente como Juscelino Filho, o atual ministro das Comunicações e que só ocupa esse espaço porque, sem isso, o Centrão sabotaria o Estado. Vocês algum dia já ouviram esse sujeito dar uma declaração em nome do Governo? Falar de projetos, princípios, perspectivas econômicas ou então anunciar que o presidente vai fazer isso ou aquilo? Não. E não porque ele foi imposto e a atual administração apenas o suporta no cargo. Mas ele permanece no poder porque assim pode direcionar verba pública aos seus redutos, inclusive para sua irmãzinha prefeita afastada mandar asfaltar a estrada que passa pela fazenda da família.

Sérgio Porto criou vários personagens. Um deles era "Bonifácio Ponte Preta, o patriota", que debochava das ações governamentais de então, todas ligadas à ditadura militar que o governo federal destronado por via eleitoral no final do ano passado tanto prezava. Ele era "patriota" ontem como são os de hoje. Rio até agora recordando-me de quando o Brasil tinha um ministro caricato, o almirante Penna Boto, que certa feita discursou defendendo a invasão da China para que o comunismo acabasse. Stanislau recorreu a seu personagem: "Ao ouvir isso, Bonifácio Ponte Preta, o patriota, espumando de patriotismo, começou a gritar: 'deixa ele ir, deixa ele ir'".

O que nós estamos vivendo hoje é o ápice da falta de vergonha e imoralidade política no Brasil. Essa nossa direita, esse Centrão, essa escumalha é o que nos sabota. Nos atrasa. Sabemos que vai ser difícil destruir esse câncer que o último governo federal tão bem alimentou, fez crescer, mas não há outra saída. Assim como Stanislau nunca morreu, não pode morrer em nós o sonho de resgatar o país com o qual sonhamos.           

Um comentário:

Anônimo disse...

Não pode morrer em nós o sonho de um país que sonhamos?
A total desinformação de um povo sofrido sem emprego, saúde e educação de qualidade? Um povo assim não tem discernimento para votar e se torna refém de políticos desonestos e manipuladores.