27 de setembro de 2023

O "meretríssimo"


No pouco tempo em que lecionei para curso superior, vi estudante de Direito chamando juiz de "meretíssimo" em vez de meritíssimo e, num caso, jurou para mim outro professor universitário, alguém grafou "meretríssimo". E não era ironia, mas sim ignorância da mais pura. Pior, a essa altura é provável que algumas dessas pessoas já estejam advogando com o mesmo nível de qualidade dos "adevogados" flagrados pelas câmeras da TV Justiça no julgamento dos primeiros condenados no STF pelos crimes do 08 de janeiro.

Como o ex-juiz Sérgio Moro (foto) que quase enganou um pais inteiro quando "comandava" a Lava Jato durante os supostos combates aos crimes de corrupção ajudado por Deltan Dallagnol et caterva. Ele e sua "conje" estão hoje no Congresso Nacional. Ele como senador e ela na qualidade de deputada federal. Ambos protegidos pelas imunidades parlamentares que, no Brasil, geram excrescências como o deputado Nikolas de tal, um dos ignorantes aplaudidos quase todos os dias pela extrema direita que colocamos no poder. Impunemente!

Sérgio Moro começou a ser desmascarado quando deixou o Poder Judiciário trocando-o pelo Executivo. Virou ministro da Justiça do ex-presidente genocida e inelegível na cauda de cometa de promessas mirabolantes feitas a ele. Demorou pouco tempo para descobrir que seu chefe só preserva os parentes. Os demais ele descarta quando não servem mais para nada, como foi o caso do então ministro que já havia feito o dever de casa afastando da eleição o candidato que poderia derrotá-lo. Moro teve que renunciar para não ser desmoralizado e, agora nessa condição, conseguiu seu mandato da mesma forma que a esposa graças à ignorância política de grande parcela da população brasileira. Um fenômeno difícil de ser explicado e que hoje avança sobre países como os Estados Unidos, Itália e muitos outros. Uma espécie de doença ruim que vai passar, pois já passou uma vez no século passado, mas não sem antes provocar sérios danos a todos nós.

O Moro senador, acusado de crimes os mais sérios e em vias de ter seu mandato cassado por irregularidades eleitorais, na última vez que falou em público, ontem durante o depoimento do golpista Augusto Heleno, ex-ministro do inelegível, fez uma defesa pouco disfarçada do golpismo de Estado e tentou desqualificar os esforços da CPI que pretende responsabilizar os que buscaram destruir nossa democracia há oito meses, inclusive membros das Forças Armadas. E ao estilo rasteiro daqueles que não respeitam a Constituição.

Bem como faz um "meretríssimo"... 

Pior, vai ser condenado ao longo dos tempos a ver o advogado Cristiano Zanin Martins ocupando a cadeira que queria para si no STF. E ainda podendo vir a ser um dia julgado por este. Bem feito!                      

Um comentário:

Anônimo disse...

Triste situação!
Texto atual que bem retrata a situação constrangedora de nossa política.
Obrigada!