27 de fevereiro de 2024

O Estado Laico é o alvo


O domingo dia 25 de fevereiro representou os estertores dos esforços do genocida inelegível para não se tornar também presidiário. Não vai funcionar, tomara. Mas o perigo não estava nas palavras explícitas que foram ditas ao longo daquela tarde pela maioria sobre um trio elétrico, mas no que escondia o evento pago pelo "pastor" Silas Malafaia com dinheiro de seus fieis, sobretudo nas palavras da ex-primeira dama Michele Bolsonaro (foto) e através das quais ela defende claramente a invasão do controle político pelas tais "igrejas neopentecostais" do Brasil. O que eles querem é atacar as bases do Estado Laico onde se ancora nosso país desde sempre.

Foi triste ver um batalhão de pessoas perdidas na mais importante avenida de São Paulo. Não foi engraçado ouvir algumas delas enaltecendo o "cristianismo" de Israel. Ou então outras tentando cantar sem saber a música "Pra Não Dizer Que Não Falei Das Flores", de Geraldo Vandré, um hino do combate à ditadura militar de 1964. Vimos velhas carcomidas pela idade e ignorância tentando sambar uma espécie de samba do crioulo doido fascista nas calçadas ou no asfalto daquele ponto famoso da maior cidade do Brasil e que hoje é administrada pela pobre figura caquética do prefeito Ricardo Nunes.

Assustava o pauperismo intelectual da maioria daquela gente!

E digo isso para citar inclusive aquelas que estavam aboletadas sobre o trio elétrico principal e o outro. São um retrato fiel e desesperador do que é o bolsonarismo, a extrema direita no Brasil. Ontem mesmo, enquanto eu esperava a abertura da agência do Banestes de Jardim da Penha, aqui em Vitória, uma senhora idosa resolveu gritar a plenos pulmões e sem ser provocada nem nada, um "Quando vai sair o impeachment do Lula?" Afora um senhor também carcomido pelos anos que defendeu o fuzilamento de todos do atual governo, ninguém mais se manifestou. Eles foram embora.

Conforta o fato de que a imensa maioria dessa gente envelheceu. Há jovens, sim, mas são a minoria. Mas assusta sabermos que parte deles, sobretudo a mulher do ex-presidente, representam o projeto das correntes neopentecostais de atacar as bases do Estado Laico, em um plano de mudar a Constituição. Esse é o caso de Malafaia e dos demais chefes das principais correntes existentes, principalmente a Igreja Universal do Reino de Deus. Por isso insistem sempre em anunciar o Brasil como "país cristão". Por isso cresce a bancada evangélica aliada à da bala e à do boi, todas interessadas em criar para nós um novo caminho distante daquele que nos trouxe até aqui.

Esses "evangélicos" estão espalhados por todos os partidos de direita ou extrema direita. E isso é um projeto! Para eles o partido é apenas uma sigla sem sentido que pode ser descartada em qualquer momento. Por isso é importante que eles se espalhem nas câmaras e no Senado. O projeto visa principalmente as eleições para a renovação senatorial, quando serão eleitos dois senadores de cada Estado. Se fizerem maioria estarão com a faca e o queijo nas mãos e poderemos ver morrer o Brasil que construímos um dia.

Repito, esse é o projeto. E o Estado Laico em que vivemos é o que nos trouxe paz até hoje e uma vida distante de movimentos separatistas e de perseguição política e religiosa institucionais. Resta lutar e denunciar. Caminhando e cantando e vivendo a canção. Ainda creio que somos todos iguais, braços dados ou não! 

2 comentários:

Anônimo disse...

Prefiro acreditar que somos um povo de FÉ e não de Religiões, nem de evangélicos, assim, os Fascistas não vencerão. Com FÉ, AMOR E PAZ, crendo nos ensinamentos de JESUS CRISTO nosso País jamais será destruído pela extrema-direita. Dias melhores virão!!

Anônimo disse...

Que tristeza!