Quando jovem, um dos meus sucessos da velha televisão brasileira, aquela dos cinescópios, era um programa chamado telecach. Espécie de luta livre do tipo vale tudo e que todo mundo sabia ser combinada, mas mesmo assim dava audiência. A diferença dela para o vale tudo que o Congresso Nacional quer criar agora é que nos tempos passados só ganhava o "mocinho". O "bandido" sempre perdia na final, de preferência para o galã das fãs, o lutador Ted Boy Marino. Convenhamos: era uma brincadeira para lá de inocente! Agora, não.
Hoje temos que conviver com isso que está na foto aí acima: alguém em Brasília plantou essa placa nas proximidades do Congresso Nacional e onde se lê com todas as letras que no lugar onde "trabalham" nossos eleitos deputados federais e senadores existe formação de quadrilha, é praticada corrupção ativa e esse é, agora, o grande acordo nacional. Que triste verdade! Que horroroso fato com o qual nós, brasileiros, convivemos diariamente.
Nos últimos dois dias estão todos eles em Brasília tentando um meio de os baderneiros da semana passada que ocuparam Câmara e Senado por mais de 30 horas não sofrerem punição alguma por seus atos. Isso, como se esse germe do golpismo não passasse de uma gripezinha, como dizia alguém hoje preso. Paralelamente a esse esforço hercúleo, vossas excrescências também estão tentando um meio de sepultar as investigações sobre o uso desonesto das emendas parlamentares, o que hoje está virando um modus operandi no Congresso Nacional. Ameaçam até mesmo aprovar uma Proposta de Emenda Constitucional (PEC) para adaptar a Constituição Cidadã de 1988 aos ditames da quadrilha de engravatados desonrados que querem continuar o baile sem máscara do roubo do dinheiro público pago como impostos.
No caso da baderna do Legislativo, estão na mira (?) da Corregedoria e do Conselho de Ética individuos como Nikolas Ferreira, Sostenes Cavalcanti, Allan Garcês, Bia Kicis, Carlos Jordy, Caroline De Toni, Domingos Sávio, Marcos Pollon, Marcel Van Hattem, Marcos Feliciano, Paulo Bilynskyj, Zucco e Júlia Zanatta, esta última tendo levado ao plenário a filha de apenas quatro meses. Falta Magno Malta, do Senado... Foram sucedidos por uma reunião de governadores bolsonaristas onde pontificaram, comandando discursos golpistas, Tarcísio de Freitas (São Paulo), Romeu Zema (Minas Gerais), Ibaneis Rocha (Distrito Federal), Ronaldo Caiado (Goiás), Mauro Mendes (Mato Grosso), Ratinho Júnior (Paraná), Jorginho Mello (Santa Catarina) e Wilson Lima (Amazonas). Que turminha...
Tudo isso é feito com a ajuda à distância do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, o que se julga imperador do mundo e é assessorado pelo deputado federal Eduardo Bolsonaro, o Dudu Bananinha. Aliás, sobre esse governante a ex-vice presidente Kamala Harris, que perdeu a eleição para a horrorosa figura, disse em entrevista bem recente que não a assusta o fato de ter acertado quando disse que o eleito não respeitaria as leis, afrontaria a tudo e a todos, cortaria legislações de proteção à saude e tudo mais. O que ela lamenta não ter podido prever foi a capitulação de todos diante desse quadro inédito e ditatorial.
Também não pude prever!
Da mesma forma como não sabemos ainda de onde vieram os R$ 50 milhões que foram bloqueados das contas bancárias do senador Marcos Do Val. Aposto que é dinheiro nosso, de impostos recolhidos e tornados emendas parlamentares para a farra geral!
E dessa "festa de arromba", como se dizia na minha juventude, vive hoje o Congresso.
2 comentários:
50 milhões? Este Senador tem parte com o diabo
O Espírito Santo tem que fazer uma limpa geral em 2026....
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