Muita gente considerou exagerado a Polícia Federal monitorar a casa de Bolsonaro no jardim da entrada com policiais sem armas à mostra (foto acima) e ainda tendo o direito de fiscalizar porta malas de carros que chegam e saem de lá nesses dias que antecedem o julgamento dele e de mais outros membros do Núcleo Crucial da trama golpista do 08 de janeiro de 2023. Não é. Todo mundo sabe que ele tentaria se refugiar em uma embaixada "amiga" das tantas que existem em Brasília. Só não faz isso, creio, pelo mesmo motivo que o levou a desistir de tentar o golpe sem apoio das Forças Armadas, como esperava: tem medo. Muito medo. Até de ser surpreendido tentanto fugir.
O filho Carlos, que foi visitar o pai um dia desses deu entrevista depois dizendo que o ex-presidente genocida e inelegível está hoje deprimido, emagracendo e sem conseguir comer. Pelo visto, nem pão de sal com leite condensado. Um panorama diferente do antigo Jair que enfrentava a todos, desacatava quem se pusesse no seu caminho e tentasse contestar quaisquer de suas certezas, geralmente idiotas. Como as da época da pandemia, quando mais de 700 mil brasileiros morreram sem ter os cuidados necessários à sobrevivência. Ou então sendo tratados com remédios sabidamente sem efeito nesses casos.
Você tem pena de Bolsonaro? Eu não tenho.
Existe uma carrada de provas nos processos que correm na Justiça mostrando todo o envolvimento dele nos episódios de 08 de janeiro. Mais: provas de que aquela tentativa de destruição de símbolos nacionais aconteceu sob supervisão dele, além do que nesse dia viveu-se apenas o corolário do projeto de golpe de Estado. O ex-presidente sonhou com ele desde seu primeiro ano de governo, quando citava o artigo 142 da Constituição quase todos os dias, principalmente quando sentia que estava perdendo apoio no Poder Legislativo. Sua resposta às críticas e à não sujeição a seu projeto ditatorial era a corrosão da democracia e a violência. Quase exatamente o que faz hoje Donald Trump nos Estados Unidos, apenas com a diferença de que o principal inimigo deste é o Judiciário. O brasileiro se voltou contra os que interpretam e fazem cumprir as leis somente quando eles fizeram dele presa.
Estamos muito próximos do dia do início do julgamento mas, nessa "ditadura" como dizem os golsonaristas, respeita-se as leis o tempo todo, o rito processual vai ser cumprido integralmente e, condenado, o réu pode só conhecer uma cela em fins de novembro ou início de dezembro. Até lá poderá espernear à vontade. O choro é livre.
E também até lá todas as atenções estarão voltadas para a Casa Branca e a capacidade do presidente dos Estados Unidos de conspirar contra nossa democracia. Não sabemos ainda o que virá, mas sim que o Brasil deve resistir a tudo sem ceder um milímetro. E também que ao menos dois criminosos, Eduardo Bolsonaro e Paulo Figueiredo devem estar na alça de mira das leis brasileiras. Eles terão contas a ajustar. E vão ajustar, sim.
Dia 02 de setembro vem aí. Está chegando!
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