6 de agosto de 2025

O fantasma de 80 anos

Às 08h15m de 06 de agosto de 1945 (no horário de Tóquio), passados hoje exatamente 80 anos, o bombardeio Boeing B-29 de nome Enola Gay lançou sobre a cidade japonesa de Hiroshima a primeira das duas únicas bombas atômicas utilizadas até hoje em guerras (foto ao lado). O comandante era o piloto Paul Tibets e o nome do avião homenageava sua mãe. De imediato morreram 60 mil pessoas naquela cidade. Três dias depois, em 09 de agosto, seria a vez de Nagazaki receber o segundo e último ataque nuclear com cerca de 40 mil mortos na hora.

Ao longo dos dias e anos, vitimados por cânceres provocados por radiação ou então queimaduras severas, milhares de outros também perderiam a vida. Hoje, quando em grande parte do mundo, o que inclui o Brasil, hordas de neonazistas lutam pela tomada do poder em países importantes, é preciso lembrar isso. E recordar, sim, para não acontecer mais. Nunca mais!

Cito ao menos uma ironia do destino ligada àqueles dias terríveis. Depois do bombardeio de Hiroshima, quando os japoneses foram pegos totalmente de surpresa, o governo decidiu proteger os cientistas que haviam sobrevivido ao ataque, já que a cidade vítima era um polo industrial e de fabrico bélico, e os enviou todos no último trem que partiu para Nagasaki... Incrível, mas houve um homem que sobreviveu aos dois eventos.

O atual presidente dos Estados Unidos, o neonazista Donald Trump, comanda a maior e mais poderosa nação da atualidade representando o movimento "Maga". Montado num arsenal inimaginável, ameaça a tudo e a todos com sua política de tarifas. Foi triste vê-lo anunciando pela TV o acordo (ou seria a capitulação?) com a União Européia ao lado de uma Ursula Van Der Laen visivelmente constrangida, quase cabisbaixa. Isso diante de todo o mundo que ainda não parou para pensar que poder algum pode resistir e um planeta todo unido contra ele.

O risco de um novo evento atômico mundial existe hoje mais do que nunca. Ao lado de Trump estão figuras detestáveis como Benjamin Netanyahu, de Israel e outros nazifascistas menores. Alguns, como a italiana Giorgia Meloni preferem manter os pés no chão e esperam os tempos ficarem mais claros antes de botar ou não as garras de fora. Outros nada têm a perder. Esses talvez sejam os mais perigosos.

Nesse grupo estão o preso Jair Messias Bolsonaro, que jamais deixou de sonhar com um golpe de Estado, sua familícia grande e ativa e as hordas de bolsonaristas, extremistas de direita brasileiros e que sonham com uma nova aventura fora dos limites das leis em vigor. Agora mesmo - que coisa ridícula - eles estão no Congresso Nacional, esparadrapo nos lábios e outros pontos das faces, para exigir a anistia aos criminosos de 08 de janeiro de 2023 e o impeachmet do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal e que tem, reiteradamente, impedido o desrespeito à Constituição Cidadã.

O prícipe Yi U
Vou tocar apenas em mais um ponto relativo ao 06 de agosto de 1945: Morava em Horoshima o príncipe coreano Yi U, que apesar de seu local de nascimento era tenente-coronel do Exército Imperial Japonês por ser primo do imperador Hiroito. Apaixonado por cavalos, ele todo dia montava seu alazão predileto para um passeio pela cidade. E estava fazendo isso justamente no momento da explosão da bomba "Litle Boy". Havia, por trás de onde ele passava, uma parede forte, de pedra. Quando o que sobrou da cidade foi sendo investigado descobriram impressa naquele lugar a figura de um homem montado a cavalo. Nada mais foi achado dele e de seu animal a não ser aquela imagem estampada por cinzas lançadas contra a pedra.

Esse é o resultado das guerras nucleares. Uma próxima não terá vencedores, apenas vencidos. E é necessário dizermos isso àqueles que nos representam, e mal, junto aos poderes da nação. Ontem mesmo um senador capixaba que havia "tomado" a mesa diretora do Senado, discursava para seus podres iguais que o STF brasileiro não estava respeitando a Constituição dos Estados Unidos... Dos Estados Unidos, repito eu e pasmem! Ele tem pouca culpa. A responsabilidade maior cabe a nós que o elegemos para um cargo como esse sem que tenha condições intelectuais, éticas e morais de ser sequer fiscal de gafieira.

É preciso tomar cuidado antes de votar. Eis o dano do voto mal dado! O fantasma de 80 anos está aí mesmo para nos assombrar todos os dias, todas as horas.   

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