9 de março de 2024

Os comícios de Lula


 A queda na popularidade do presidente Lula, medida essa semana por institutos de pesquisa sérios, deve ser motivo de apreensão. Mas, sobretudo, pode servir como parâmetro para que um novo norte de atuação do governo seja implementado e desenvolvido daqui para a frente. Parece claro, cristalino, que a comunicação dos últimos 15 meses está falhando e a oposição vai se aproveitar disso a cada dia mais e com maior força.

Os comícios de Lula, aqueles feitos no início da carreira política dele no ABC (foto) e que levaram à fundação do PT, ainda não desembarcaram da agenda do presidente. Ele saiu do sindicalismo, mas o sindicalismo não saiu dele e esse é um erro crasso. Nos dois primeiros mandatos do atual presidente como governante maior, o PT era visto como um símbolo da oposição à ditadura e ao presidente quase tudo era permitido. Uma espécie de "efeito teflon" manteve-o sempre com avaliação elevada. Mas hoje as coisas são muito diferentes. O PT não é mais símbolo de autoridade moral para milhares como era e o antipetismo surgiu como força no Brasil juntamente com o conservadorismo, o reacionarismo e o extremismo de direita puro e simples. Esse último é o perigo mais claro, mais pujante!

Quando assumiu o governo, Lula disse que não queria bajuladores, mas sim críticos de sua atuação. E como esse que aqui escreve torce pelo sucesso do governo para que a extrema direita não possa voltar, aqui vai uma contribuição sincera: Lula, saia do comício sindical! Desça desse palanque!  Ouça antes de falar, escreva antes de ter um discurso pronto e não fale de improviso. Noventa por cento de tudo o que você fala, Lula, é correto. Mas existe o modo exato de colocar as palavras, sobretudo em política internacional, sobretudo em reuniões de Estado, onde tudo, até mesmo uma tosse, vai repercutir.

A economia do Brasil está bem. Os projetos do governo que focam educação, saúde, inclusão social, apoio ao homem do campo e às atividades econômicas nas cidades é acertada. Há uma clara preocupação oficial para com o desenvolvimento nacional com justiça social e isso sempre faltou a nós. A oposição cria todos os obstáculos possíveis e imagináveis, mas isso já era esperado. Os chamados "evangélicos" formam um grande contingente de oposição, mas temos a exata noção de que esse bloco está nas "confissões" chamadas de neopentecostais e não nas religiões tradicionais. É a picaretagem travestida de religião quem impera nesse segmento e que quer ver o governo fracassar.

Se tudo isso é tão claro, voltar a subir nas pesquisas pode ser um trabalho de resultados positivos possíveis e talvez até rápidos. Basta corrigir o rumo. O brasileiro tem que conhecer mais as ações do Governo Lula. Falta comunicação, repito! O presidente precisa sempre agir e falar como estadista, tomando cuidado com os improvisos. Não pode aceitar provocações nem fazer bravatas em palanques. Esse tempo e o "efeito teflon" passaram. 

O tempo de mandato ainda é longo, mas o de correção de rumos urge. A extrema direita lambe os beiços de vontade de voltar. Ela se esconde nas trevas, nas redes de fake news, nas ações subterrâneas. Claro que isso pode e deve ser combatido sobretudo com processos judiciais e eles deveriam ser mais considerados hoje. Se ações como essa se somarem a um governo no rumo certo, Jair Bolsonaro e sua gang verão o mandato de Lula ser renovado ou quem vier a ser indicado por ele, eleito em 2026 para mais quatro ano no Planalto.

Mais do que isso: verão da cadeia.             

Um comentário:

Anônimo disse...

Parabéns! O tema que você aborda é atual e preocupante.
Você diz e eu digo que a comunicação do primeiro ano deste governo está falhando e a oposição vai se aproveitar disso a cada dia mais e com maior força. A postura de eterna campanha eleitoral do atual presidente é evidente. Por estas e outras torço para uma reforma que acabe com a reeleição. É tempo de mudanças urgentes porque estamos assistindo, governo após governo, uma externa campanha eleitoral.