15 de dezembro de 2015

Catilinárias candangas

Cicero ataca Catilina no Senado Romano. Igual ao Brasil
Até quando, Catilina, abusarás da nossa paciência?
Por quanto tempo a tua loucura há de zombar de nós?
A que extremos se há de precipitar a tua desenfreada audácia?
Nem a guarda do Palatino, nem a ronda noturna da cidade, nem o temor do povo, nem a afluência de todos os homens de bem, nem este local tão bem protegido para a reunião do Senado, nem a expressão do voto destas pessoas, nada disto conseguiu perturbar-te?
Não te dás conta que os teus planos foram descobertos?
Não vês que a tua conspiração a têm já dominada todos estes que a conhecem?
Quem, dentre nós, pensas tu que ignora o que fizeste na noite passada e na precedente, onde estiveste, com quem te encontraste, que decisão tomaste?
Oh tempos, oh costumes! - 
Marcus Tullius Cicero.
Você, caro leitor, pode substituir o nome Catilina citado nesse discurso pelo Tribuno Cicero em 63 Antes de Cristo por Eduardo Cunha. Por Lula. Por Collor. Por Renan Calheiros. Ou então por tantas outras figuras menores que desonram hoje nosso País devastado por roubos, por escândalos, por repercussões negativas em todo mundo. Nosso País vivendo sua mais profunda crise econômica de toda a história, sua crise moral e ética mais aguda, e ainda correndo o risco de ver tudo isso se agravar com o chegar do ano novo e, talvez um rebaixamento por parte das agências de classificação de risco. Ou que poderá nos deixar ao rés do chão. Literalmente.
E vivemos isso enquanto as únicas ações do governo são as tentativas de aumentos de tributos. Enquanto ele maquia a verdade e anuncia mas não cumpre as promessas de reduzir o custo do Estado pois, sabemos todos nós, esse custo embute milhares de cargos públicos preenchidos por petistas, apaniguados do PT, do PMDB e de outros "partidos aliados" como o PR.
Não temos mais governo. Na prática, enquanto se discute o impeachment de Dilma Rousseff em Brasília e do Oiapoque ao Chui, nada mais acontece nesse País além do agravamento das diversas crises, pois a Chefe de Estado, que comete crimes de responsabilidade um atrás do outro para manter o mínimo de poder, se agarra ao Palácio do Planalto como um mendigo a um prato de comida.
Hoje a Polícia Federal cumpre mais 53 mandados judiciais determinados pelo Supremo Tribunal Federal. O presidente da Câmara, Eduardo Cunha, terceiro personagem na ocupação da presidência em caso de impedimentos da Presidente e de seu Vice, teve suas casas invadidas para a busca de provas do cometimento de crimes os mais variados. Sobretudo envolvendo dinheiro público.
Oh tempos, oh costumes!     

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