3 de dezembro de 2015

Farinha do mesmo saco

Enfim, parece que chegou ao fim o teatro de encenações. Durante meses, subterraneamente, PT, PMDB, Dilma Rousseff, Eduardo Cunha et caterva, tramaram por detrás das cortinas um acordo espúrio que livraria a presidente de um processo de impeachment e ao presidente da Câmara, de um de cassação de mandato. Soterrado o acordo pela lama do Planalto, não muito diferente da que escorreu em Mariana, vem o processo de impeachment e virá o pedido de cassação de mandato.
Executivo e Legislativo, no caso brasileiro e no plano federal, são farinha do mesmo saco.
Disse ontem a presidente: "São inconsistentes e improcedentes as razões que fundamentam esse pedido". Sim, mas não são inconsequentes. Também disse a presidente que não mantém conta no exterior. Até prova em contrário, não mesmo. Mas se a ela interessava defender a moral e a ética no tratar com a coisa pública, porque tramou por debaixo dos panos de seu teatro de encenações um acordo que faria o PT se esquecer isso para salvar Cunha e a ela própria?
Já o presidente da Câmara, terceira pessoa na ordem de sucessão presidencial - vejam bem o tamanho da nossa tragédia - fez questão de enfatizar que o pedido dos juristas Hélio Bicudo e Miguel R

eali Júnior estava embasado nas denúncias comprovadas de "pedaladas fiscais" da presidente no ano passado, e repetidas esse ano, mesmo depois de denúncias e contas rejeitadas. Mas ele somente armou esse discurso agora, depois que sentiu ser impossível salvar-se do processo de cassação.
Quem é mais indigno do cargo que ocupa?
Na pratica, pode-se afirmar que ambos não têm como exercer seus mandatos.
O Brasil vai fechar o ano com um déficit oficial que beira os R$ 120 bilhões, rombo esse nascido, amamentado e crescido na decisão do PT de fazer com que sua candidata vencesse as eleições de 2014 custasse o que custasse, Sobretudo, custasse o que custasse em dinheiro público. No caso de Cunha, abriu contas no exterior da mesma forma que centenas de outros, desviando dinheiro público para si próprio em contratos com estatais num esquema criminoso que a Operação Lava Jato está desmascarando aos poucos, dia a dia, tornando o esquema do conhecimento de todos nós.
Não há como falar em inocência. O Pode Legislativo não se justifica comandado e tendo como membros os corruptos que o infestam e que mancham a honra de seus membros honestos. Já o Poder Executivo não tem como comandar o País manchado pela desonra de não respeitar a Constituição, Carta Magna jurada nas cerimônias de posse. Nessa última e nas três anteriores.
Nós, brasileiros, não merecemos isso.  

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